Você sabe o que é capacitismo? Embora o termo seja pouco conhecido, é comum que no dia a dia das empresas esse tipo de preconceito acabe acontecendo, mesmo sem que os envolvidos tenham plena consciência de suas ações.
O capacitismo acontece de forma recorrente, desencadeado principalmente pela falta de informação e debates sobre esse tipo de discriminação, que se iguala ao racismo, à homofobia, gordofobia e tantos outros.
Para ajudar você a entender o que é capacitismo e como combater nas empresas, preparamos este artigo. Acompanhe!
O que é capacitismo e como ocorre nas empresas?
Capacitismo vem do inglês “ableism” que quer dizer discriminação. No ambiente de trabalho, o capacitismo se caracteriza como preconceito para com pessoas com deficiências (PCDs) e neurodivergentes (NDs), e ocorre quando um ou mais membros da equipe julgam que pessoas com algum tipo de deficiência (física ou mental) são menos capazes por conta de sua condição.
Considerada uma forma errônea de classificar a competência de um profissional — julgando que não são capazes de atuar ativamente na sociedade — o capacitismo é um preconceito advindo da falta de informação sobre o tema.
O capacitismo também é alimentado por questões culturais, reforçado pela falta de conhecimento sobre como lidar com as diferenças, somado à falta de habilidade para lidar com situações do dia a dia envolvendo os deficientes.
Além disso, o tema ainda é pouco debatido, pois tem pouco destaque nas grandes mídias, e mesmo no ambiente escolar e acadêmico, o tema também não é abordado, o que ajuda a agravar o preconceito em torno do tema.
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Como ocorre o capacitismo no trabalho
Agora que você sabe o que é capacitismo, deve estar se perguntando como ele ocorre no ambiente de trabalho, não é mesmo? Esse tipo de preconceito pode acontecer de várias maneiras. Temos o capacitismo explícito, quando comentários e ações são feitos de forma a agredir a pessoa com deficiência, e também o capacitismo camuflando.
Esse ocorre quando, pela falta de conhecimento sobre essa forma de preconceito, as pessoas classificam as pessoas com deficiência como heróis, dando a elas uma supervalorização pela realização de tarefas corriqueiras, por exemplo.
A falta de informação e conhecimento sobre como lidar com a diversidade no trabalho, em especial, com as pessoas com deficiência, faz com que muitos colaboradores não aceitem que aqueles que têm deficiência podem atuar no mercado de trabalho como qualquer outra pessoa. De forma prática, o capacitismo acontece com pessoas com deficiência de diferentes maneiras, desde palavras e julgamentos, até mesmo o acesso ao meio físico de ambientes.
Esse tipo de atitude fere a violação de direitos do indivíduo com deficiência, com base na Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Além dessa lei, o capacitismo também fere a Lei de Cotas, que assegura uma porcentagem mínima de contratação de PCDs em empresas com mais de 100 profissionais.
O capacitismo nas empresas ainda é um fator que pode colaborar para a baixa adesão dos deficientes ao mercado de trabalho. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente um entre quatro indivíduos com deficiência estão no mercado de trabalho.
Essa informação revela que a inclusão de profissionais com deficiência ainda requer atenção das esferas públicas e privadas, a fim de criar ambientes de trabalho que, de fato, sejam capazes de promover a inclusão e o acesso à diversidade.
Qual a importância de combater o capacitismo nas empresas e qual o papel do RH?
Quando o RH ignora o que é capacitismo na empresa, fica mais difícil garantir um clima organizacional positivo, o que pode prejudicar o andamento das atividades no dia a dia da organização, acarretando baixa produtividade e aumento do turnover.
Além disso, é fundamental trabalhar o conceito de capacitismo dentro das companhias, e para isso é preciso colocar o tema em debate, levando mais informação sobre o assunto para o público interno da empresa.
Assim, fica mais fácil implementar iniciativas para colocar o capacitismo no centro de importantes debates relacionados ao desenvolvimento de pessoas. Ainda é indicado envolver, além dos colaboradores, prestadores de serviço terceirizados, fornecedores, parceiros, clientes e comunidade.
Trabalhando ações consistentes e com o acompanhamento devido, fica mais fácil garantir uma equipe diversa, inovadora e comprometida com os desafios organizacionais. Além disso, companhias que prezam pela diversidade, conquistam diferenciais competitivos importantes no mercado, o que colabora muito para o crescimento da marca da empresa.
Quais medidas podem ser adotadas para combater o capacitismo na empresa?
Levar conhecimento sobre o tema e desenvolver ações para combater o capacitismo é a melhor forma de combater esse tipo de preconceito. Assim, treinamentos, palestras, workshops e vivências são formas de colocar o tema em evidência.
Além disso, também é preciso levar ao conhecimento dos funcionários expressões capacitistas que podem passar despercebidas no dia a dia da organização, mas que são importantes de serem evitadas.
Diversos casos acontecem pelo fato de que a pessoa não parou para raciocinar o conteúdo do seu discurso, ou apenas porque ninguém nunca trouxe o tema em evidência.
Acompanhe, a seguir, algumas expressões capacitistas!
Expressões capacitistas que usamos no dia a dia:
- “Não temos braço para isso.”
- “Cego de raiva.”
- “Estava só aqui no meu mundinho autista.”
- “Dar uma de João sem braço.”
- “Desculpa de aleijado é muleta.”
Percebe como pode parecer algo corriqueiro, mas as expressões capacitistas podem ofender e magoar as pessoas com deficiência, seja ela física ou mental? Assim, estar atento às expressões é a forma mais eficiente de evitar esse tipo de preconceito na empresa.
Como vimos ao longo desta leitura, o capacitismo ocorre quando as pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes (NDs) sofrem algum tipo de preconceito no ambiente organizacional. Esse tipo de preconceito traz diversos transtornos, que podem ser combatidos com informação e diálogo nas empresas.
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