Ponto de equilíbrio contábil, financeiro e econômico: saiba como calcular agora!

Ponto de equilíbrio contábil, financeiro e econômico: saiba como calcular agora!
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Para quem tem um negócio, alcançar o ponto de equilíbrio é muito mais do que uma força de expressão. Afinal, ele se refere ao momento em que a empresa não apresenta nem lucro, nem prejuízos. Trata-se da posição na qual o total proporcionado pelas fontes de receita da organização é suficiente apenas para arcar com os gastos. O que pouca gente sabe é que, além do financeiro e do econômico, também existe o chamado ponto de equilíbrio contábil.

Alguns empresários até já ouviram falar nos três tipos, mas ainda se confundem na hora de diferenciá-los e calculá-los. Todos esses problemas serão resolvidos a partir de agora. Se você deseja ficar por dentro das peculiaridades de cada ponto de equilíbrio e aprender a calculá-los, basta continuar a leitura!

Quais são as diferenças entre as variantes de pontos de equilíbrio?

Antes de mais nada, é importante que você saiba que a busca pela gestão de excelência do seu negócio depende de um acompanhamento preciso de diversos indicadores financeiros. Simultaneamente, é necessário saber para que servem cada um dos cálculos de ponto de equilíbrio.

Basicamente, o ponto de equilíbrio contábil traça um panorama sobre a eficiência das vendas, com o propósito de averiguar se ela será suficiente para suprir os gastos. Em outras palavras, esse tende a ser o cálculo feito para confirmar a viabilidade do negócio em seu nicho de atuação no mercado.

De olho no tempo restante até o fechamento do período de faturamento, fica fácil imaginar se as metas serão ou não atingidas. Quanto antes o gestor tiver ciência disso, mais rapidamente poderá tentar verificar a origem dos obstáculos. Também terá mais tempo para pensar em possíveis soluções para o curto e médio prazo.

O ponto de equilíbrio financeiro segue a mesma linha de raciocínio e é ainda mais direta, pois abrange especificamente o caixa do negócio. Isso significa que o cálculo oferece um retrato da gestão financeira propriamente dita, sem a inserção da depreciação de bens, elemento que interessa à gestão contábil.

Por fim, o equilíbrio econômico facilita a visualização do potencial rentável da empresa. Com ele, é possível ter uma ideia a respeito do quão rentável o negócio é perante um comparativo com outras alternativas de investimento do mercado.

Como calcular os diferentes pontos de equilíbrio?

A seguir, você notará que todos os cálculos têm um componente comum entre eles: a margem de contribuição. Existem, entretanto, alguns detalhes que fazem a diferença e contribuem para que o gestor tenha uma visão ampla da organização acerca do viés contábil, financeiro e econômico.

Ponto de equilíbrio contábil

Trata-se da modalidade de cálculo de equilíbrio mais usada pelos gestores das mais variadas organizações devido à sua facilidade e simplicidade. Para calculá-lo, é necessário ter em mãos os dados referentes ao total de despesas e custos fixos e à margem de contribuição. O ponto de equilíbrio contábil será justamente o resultado da divisão do primeiro item pelo segundo:

ponto de equilíbrio contábil = soma de despesas e custos fixos / margem de contribuição.

Para que não haja dúvida com relação à margem de contribuição, lembre-se que para chegar a ela é preciso descontar o total das vendas da soma das despesas e custos variáveis. 

Ponto de equilíbrio financeiro

A fórmula utilizada pelo ponto de equilíbrio financeiro é similar à do contábil. O detalhe se resume ao que é incluído no grupo de custos fixos. Sob o aspecto financeiro, as despesas não desembolsáveis e a depreciação de ativos não participam do cálculo.

Sob o ponto de vista da contabilidade, a depreciação é um componente comum na hora de considerar as despesas da empresa. Assim, se uma determinada impressora foi adquirida por R$ 800, mas atualmente vale apenas R$ 400, essa desvalorização entraria no cálculo do ponto de equilíbrio contábil. 

O ponto de equilíbrio financeiro desconsidera tal diferença porque ele é embasado somente no volume que realmente movimenta o caixa do negócio. Vale lembrar que a depreciação é um elemento importante, principalmente para as empresas classificadas no regime tributário Lucro Real.

Além de obrigatório pela legislação, o apontamento dos valores de depreciação ajudam a amenizar o pagamento de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e IR (Imposto de Renda).

A fórmula do ponto de equilíbrio financeiro é a seguinte:

ponto de equilíbrio contábil = soma de custos fixos – gastos não desembolsáveis / margem de contribuição.

Ponto de equilíbrio econômico

Se o ponto de equilíbrio contábil é o mais simplificado, pode-se dizer que a vertente econômica do cálculo representa o lado mais complexo. Isso acontece pelo fato de ele levar em consideração o chamado custo de oportunidade. Trata-se de um detalhe relevante para a ótica dos investidores.

Afinal, toda vez que um investidor emprega parte do seu capital em um empreendimento, por exemplo, ele o faz porque projeta uma rentabilidade futura. Ocorre que tal deliberação também contempla certa dose de risco, inerente a qualquer aplicação financeira. A rentabilidade em questão é projetada, o que não significa, com absoluta certeza, que se concretizará no período esperado.

Todo esse raciocínio é usado por qualquer investidor, a fim de auxiliá-lo no processo de tomada de decisão quanto às próximas destinações do dinheiro disponível para novas alocações financeiras. Por essa razão, o ponto de equilíbrio econômico costuma ser usado para especificar o potencial de rentabilidade de um negócio.

Dito de outro modo, o cálculo é extremamente útil para comparar os resultados gerados pela empresa com aqueles propiciados por outros investimentos do mercado. De certa maneira, o viés econômico do ponto de equilíbrio fornece um indício valioso para que o gestor veja se o negócio exibe resultados satisfatórios. Ao mesmo tempo, pode auxiliar na elaboração do próximo planejamento estratégico.

Como mencionado há pouco, a fórmula só recebe o custo de oportunidade somado às despesas e custos fixos, ficando assim:

ponto de equilíbrio econômico = despesas fixas + custos fixos + custo de oportunidade / margem de contribuição.

Como você pôde ver, o ponto de equilíbrio contábil é mais interessante para organizações que podem se beneficiar da depreciação de seus bens. O econômico, por sua vez, é importante para avaliar chances de investimento que possam alavancar o crescimento financeiro do negócio. Finalmente, o financeiro deve ser usado em qualquer cenário e ramo empresarial, pois ele atesta a situação do caixa em tempo real.

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