Com o envelhecimento da população brasileira, o etarismo tem sido cada vez mais discutido na sociedade, e impacta de forma direta os resultados das organizações. Para você ter uma ideia, de acordo com levantamento do IBGE, atualmente o Brasil tem mais de 30,2 milhões de idosos, ou seja, pessoas acima de 60 anos. O estudo também mostra que quando considerado as pessoas em fase de envelhecimento, temos 25% de toda a população com mais de 50 anos de idade. Nesse cenário, abrir a discussão dentro das organizações é cada vez mais urgente.
Para ajudar você a entender como lidar com o etarismo no mercado de trabalho, preparamos este artigo. Acompanhe!
O etarismo no mercado de trabalho pode ser entendido como toda forma de preconceito e/ou discriminação, estereótipo e outras simulações que são baseadas na idade do profissional. O etarismo também envolve os profissionais mais jovens, mas devido a fatores culturais, a realidade é que ele afeta de forma mais acentuada a faixa etária acima dos 50 anos.
Isso porque existem fatores culturais na sociedade que direcionam as pessoas a pensarem que, com a idade mais avançada, as pessoas perdem a capacidade de desempenhar suas funções.
No entanto, com o aumento da expectativa de vida, esses conceitos precisam ser revistos, já que a tendência é que, cada vez mais, a população brasileira envelheça.
Para se ter uma ideia, ainda de acordo com o IBGE, a expectativa de vida atual é de 76 anos. Também se estima que, até 2060, o Brasil tenha mais pessoas idosas do que jovens. Portanto, em meio a essa importante transformação, é preciso pensar nas adaptações culturais, inclusivas e digitais, a fim de que seja possível acompanhar as transformações sociais. Essas adaptações não devem se limitar às empresas privadas, mas também serem aplicadas a instituições governamentais.
O etarismo nas empresas impacta de forma direta na produtividade da empresa. Além disso, também interfere na satisfação dos profissionais, o que impacta na performance das entregas. O Governo Federal, para combater o etarismo em todas as esferas da sociedade, aprovou em 2003 o Estatuto do Idoso.
Com essa legislação, o governo espera que os profissionais mais seniores tenham os seus direitos respeitados, e o capítulo 6 do Estatuto é destinado ao ambiente empresarial. De acordo com a norma, devem ser garantidos os direitos ao exercício de atividades profissionais por profissionais maduros, respeitando as condições psíquicas, físicas e intelectuais dos profissionais. Outro dado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), revela que até 2040, mais de 56% da mão de obra disponível no país será composta por profissionais acima de 45 anos.
Apesar de já existir algum esforço dos RHs das empresas para reduzir as questões ligadas ao etarismo, a verdade é que o problema está muito longe de ser resolvido, pois como adiantamos, passa por questões culturais, que estão arcaicas para os dias de hoje. Diante desse cenário, é preciso estar atento e pensar em soluções para que as questões sejam sanadas, e a empresa possa usufruir do talento das pessoas de todas as idades, o que é fundamental para a diversidade na empresa.
Veja abaixo algumas ações que a empresa pode fazer para combater o etarismo no mercado de trabalho.
Para eliminar o etarismo na sua empresa, o primeiro passo é adequar os processos de recrutamento e seleção, e isso começa logo no anúncio da vaga. Evite termos discriminatórios como “novos graduados”, “heavy users” e “tecnologicamente experientes” na descrição do cargo.
Ao invés disso, prefira reforçar o comprometimento da sua empresa em não discriminar profissionais de idade mais avançada, e lembre-se de não restringir candidatos por raça, orientação sexual, gênero ou qualquer outro atributo ligado ao corpo físico.
Já durante as entrevistas, é preciso se certificar de que as perguntas estão adequadas para o contexto, e também é importante evitar conversas que não sejam necessárias com relação à idade. A melhor conduta é avaliar os candidatos selecionados conforme as suas qualificações e não suposições.
Se a empresa tem dificuldades com relação ao etarismo no mercado de trabalho, o ideal é contar com a ajuda de uma mentoria. Com isso, ficará mais fácil conectar assuntos e fatos relacionados às faixas etárias, o que ajuda a trazer uma valiosa experiência e conhecimento de colaboradores mais velhos.
Conversas com colaboradores mais sêniores também podem ajudar você a adquirir uma visão mais ampla a respeito do assunto, o que colabora para reduzir a diferença de idade e promover perspectivas mais empáticas, o que também contribui para a construção de uma cultura organizacional que privilegie a diversidade na companhia.
Para afastar o etarismo da sua organização, os critérios e valores devem ser reforçados desde o onboarding e treinamento dos novos colaboradores na empresa. Isso irá contribuir para que os profissionais da companhia passem a reconhecer como a discriminação etária se manifesta no local de trabalho. Com essa maior conscientização sobre o tema, eles também podem contribuir com ideias, além de evitar situações pouco confortáveis.
Contar com uma equipe diversa e multigeracional traz diversos diferenciais competitivos para a empresa, como mais inovação e criatividade. Nesse cenário, a melhor forma de fazer a promoção da inclusão etária entre os colaboradores é estabelecendo políticas e normas claras para contratação e recompensa. Para isso, é preciso comunicar continuamente a importância do respeito entre as gerações, e também as consequências negativas da discriminação.
Como vimos ao longo desta leitura, reconhecer que o etarismo no mercado de trabalho é uma realidade e estar aberto para combatê-lo é a melhor forma de construir uma equipe diversa, melhorando a relação entre os públicos de relacionamento da empresa, ao mesmo tempo em que contribui para o seu crescimento.
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