Economia comportamental: o que é e como aplicar o conceito na gestão de pessoas

Economia comportamental: o que é e como aplicar o conceito na gestão de pessoas
4 minutos de leitura

A gestão de pessoas é um elemento imprescindível para o sucesso duradouro de qualquer organização. Compreender o comportamento humano e aplicar estratégias eficazes para motivar e engajar os colaboradores é essencial.

Nesse contexto, a Economia Comportamental surge como uma abordagem inovadora que combina insights da psicologia e da economia para compreender e influenciar as decisões dos indivíduos.

Neste artigo, exploraremos o conceito de Economia Comportamental e como ele pode ser aplicado na gestão de pessoas, fornecendo um pequeno guia para os gestores interessados em utilizar essa abordagem. Acompanhe a leitura!

O que é economia comportamental?

A Economia Comportamental é um campo interdisciplinar que combina princípios da psicologia e da economia para compreender e explicar o comportamento humano em situações econômicas.

Ao contrário da teoria econômica tradicional, que assume que os indivíduos são racionais e tomam decisões baseadas em maximização de utilidade, a Economia Comportamental reconhece que os seres humanos são influenciados por fatores emocionais, cognitivos e sociais, que podem levar a decisões irracionais ou inconsistentes.

Em vez de analisar o comportamento humano apenas com base em modelos matemáticos e cálculos racionais, a Economia Comportamental busca compreender como as pessoas realmente tomam decisões, na prática, considerando aspectos psicológicos e sociais. Ela oferece insights valiosos para diversas áreas, incluindo finanças, marketing, política pública e gestão de pessoas.

Ao compreender melhor os fatores psicológicos que influenciam o comportamento humano, é possível projetar estratégias e políticas mais eficazes, que considerem as características e tendências comportamentais das pessoas. Isso permite melhorar as tomadas de decisão, promover escolhas mais informadas e criar ambientes que incentivem comportamentos desejados.

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Quais são os fundamentos da economia comportamental?

A Economia Comportamental parte do pressuposto de que os seres humanos não são agentes racionais e plenamente informados, como tradicionalmente assumido pela economia clássica.

Em vez disso, as pessoas são influenciadas por fatores emocionais, cognitivos e sociais, que moldam suas decisões. A seguir, confira alguns dos conceitos-chave da Economia Comportamental.

Heurísticas

As heurísticas são atalhos mentais que as pessoas usam para tomar decisões rápidas e eficientes. Esses atalhos são baseados em regras de ouro simplificadas e podem levar a erros sistemáticos.

Um exemplo comum é a heurística da disponibilidade, na qual as pessoas tendem a julgar a probabilidade de um evento com base na facilidade com que conseguem se lembrar de exemplos desse evento.

Viés cognitivo

Os vieses cognitivos são padrões sistemáticos de desvios do raciocínio lógico. Eles influenciam as decisões das pessoas, levando-as a cometer erros previsíveis. Alguns exemplos de vieses cognitivos comuns incluem o viés de confirmação, no qual as pessoas tendem a buscar informações que confirmem suas crenças preexistentes, e o efeito ancoragem, em que as pessoas são influenciadas por valores de referência arbitrários ao tomar decisões.

Framing

O framing se refere à forma como uma questão ou um problema é exibido. A maneira como as informações são apresentadas pode ter um impacto significativo nas decisões das pessoas. Por exemplo, expor um mesmo dado estatístico com uma perspectiva positiva ou negativa pode levar a respostas diferentes.

Como aplicar a economia comportamental na Gestão de Pessoas?

Agora que compreendemos os fundamentos da Economia Comportamental, podemos explorar como esses conceitos podem ser aplicados na gestão humanizada de pessoas para promover a motivação e o engajamento dos colaboradores.

Nudging

O nudging envolve a utilização de pequenos estímulos para direcionar o comportamento das pessoas de maneira sutil, sem coação. Na gestão de pessoas, isso pode ser feito por meio da criação de ambientes e contextos que incentivem comportamentos desejados.

Por exemplo, organizar o espaço de trabalho para incentivar a colaboração e a interação entre os funcionários pode promover um ambiente mais produtivo.

Feedback e recompensas

Utilizar feedbacks e recompensas é uma estratégia eficiente para motivar os colaboradores. A Economia Comportamental destaca a importância de oferecer feedbacks de forma clara e construtiva, destacando tanto as conquistas quanto as áreas que precisam ser melhoradas.

Além disso, as recompensas podem ser utilizadas como incentivos para o bom desempenho e engajamento dos funcionários. No entanto, é fundamental considerar que as recompensas devem ser adequadas e personalizadas, considerando as preferências individuais de cada colaborador.

Arquitetura de escolha

A arquitetura de escolha consiste em organizar o ambiente de trabalho de modo a facilitar a tomada de decisões positivas. Por exemplo, ao oferecer opções aos colaboradores, é possível influenciar suas escolhas para promover comportamentos desejados.

Isso pode ser aplicado desde a disponibilização de opções saudáveis na cantina da empresa até a oferta de horários flexíveis que permitam aos funcionários conciliar suas responsabilidades pessoais e profissionais.

Comunicação eficaz

A Economia Comportamental destaca a importância da comunicação eficaz na gestão de pessoas. É fundamental que os gestores sejam claros e transparentes na comunicação das metas, das expectativas e dos valores da empresa.

Além disso, é importante utilizar técnicas de framing para apresentar as informações de forma persuasiva e envolvente. Ao utilizar histórias e exemplos concretos, é possível criar um impacto emocional que influencia positivamente o comportamento dos colaboradores.

Personalização

Cada colaborador é único, com suas próprias motivações, preferências e necessidades. A Economia Comportamental destaca a importância de personalizar a abordagem de gestão de pessoas, considerando as características individuais de cada membro da equipe.

Isso envolve a criação de programas de desenvolvimento e reconhecimento que sejam adaptados às necessidades específicas de cada colaborador, aumentando seu engajamento e sua satisfação no trabalho.

Inclusão e pertencimento

A sensação de inclusão e pertencimento é essencial para o engajamento e o desempenho dos colaboradores. A Economia Comportamental ressalta a importância de criar um ambiente de trabalho inclusivo, no qual todos se sintam valorizados e respeitados.

Isso pode ser alcançado por meio da promoção da diversidade, da participação ativa de todos os membros do time na tomada de decisões e do estabelecimento de uma cultura organizacional que valorize a colaboração e o trabalho em equipe.

Concluindo, a Economia Comportamental oferece uma abordagem inovadora para a gestão de pessoas, considerando os aspectos comportamentais e emocionais dos indivíduos. Ao compreender os fundamentos da Economia Comportamental e aplicar os conceitos-chave, como heurísticas, viés cognitivo, framing e nudging, os gestores podem promover a motivação, o engajamento e o desempenho dos funcionários.

No entanto, é válido ressaltar que a aplicação dessas diretrizes apresenta desafios, pois cada indivíduo é único e requer uma conduta personalizada. Portanto, os gestores devem estar dispostos a adaptar suas estratégias e abordagens para atender às necessidades individuais de seus colaboradores.

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