Falar de centro de custo é exatamente falar sobre a gestão de custos e entender o método que mais se adequa a realidade da empresa. Sem ele, o controle de todas as despesas pode se perder e levar a empresa ao caos.
Nesse texto, iremos abordar os métodos mais conhecidos que podem ajudar as empresas nesse tipo de gestão, principalmente, para se manter competitiva no mercado.
Continue a leitura para entender melhor sobre o centro de custos e saiba porque ele é tão importante para toda e qualquer organização.
O que é Centro de Custos?
O centro de custos é o controle dos custos de forma separada, seja na contabilidade, seja no gerencial. Isso porque, os custos podem ser analisados sob o enfoque do custo contábil e/ou do custo gerencial.
O contábil é disciplinado por normas legais, fiscais e societárias. Já o gerencial não está vinculado necessariamente a estas normas, ele compromete-se mais com a gestão para redução de gastos.
Por exemplo, na contabilidade a separação pode ser de diversas formas: divisão de centros de custo por matriz e filiais, ou centros de custos por setores da empresa, e etc.
No gerencial, além dos acima citados, pode-se dividir centros de custos por produtos e por áreas de mercado da empresa. Dividindo os custos que atendem determinado mercado e clientes.
Por que o Centro de Custo é tão importante para as empresas?
Normalmente, lucros e custos/despesas são grandezas inversamente proporcionais, ou seja, a empresa terá maior lucro se o custo for mínimo.
Diante dessa necessidade, as empresas precisam controlar seus custos e despesas por meio de centros de custos e resultados a fim de ajudar na qualidade dessa gestão.
A empresa que não tem um olhar estruturado dos seus custos e despesas acaba tendo uma “visão míope” para a análise e formulação de estratégias para o seu negócio. E isso gera inúmeros problemas bem difíceis de resolver.
Quais os benefícios do Centro de Custo?
Quando falamos dos benefícios ao aplicar o controle por centro de custos, podemos citar vários, os principais deles são: aumento na produtividade, controle na redução de custos e consequentemente aumento na lucratividade da empresa.
1. Produtividade
A gestão eficiente de todo e qualquer processo, sempre vai trazer a produtividade como um importante benefício. Na rotina do dia a dia, conseguir produzir mais e alavancar os resultados da empresa é algo que todos desejam.
Portanto, quando se tem um centro de custos organizado, as equipes responsáveis por analisar essas saídas passam a tomar decisões mais rápidas e precisas, garantindo assim, mais tempo para buscar novas estratégias para a organização.
2. Controle na redução de custo
Obviamente esse seria um dos principais benefícios, se não, o mais importante. Afinal, o centro de custo ajuda a empresa a reconhecer de que forma o dinheiro está sendo utilizado, e portanto, analisar onde é necessário prestar atenção e corrigir situações que estão fazendo a empresa perder dinheiro.
Além de reduzir os custos, essa gestão ajuda também no compartilhamento desses custos. Digamos que a empresa vai disponibilizar 20 tablets para os setores de marketing, comercial e suporte ao cliente. Essa despesa pode ser dividida com os 3 setores ao invés de apenas um.
3. Aumento na lucratividade
Se há redução de custos, há o aumento na lucratividade. A partir do momento que a empresa continua faturando normalmente e os custos são reduzidos, vai sobrar dinheiro no final do mês. Portanto, ao fazer a gestão de custos e despesas da forma correta, o gestor consegue perceber onde é possível diminuir ou até evitar esses custos, e assim, fazer com que a empresa tenha mais lucro.
Vale lembrar também, que a ideia não é só reduzir o dinheiro que sai, mas também realocar a verba para ações que trarão mais resultados para a empresa. A distribuição eficiente do dinheiro, pode garantir bons resultados para o empreendimento.
Como pode ser feito o centro de custo?
Conceitualmente, pode-se utilizar diversos mecanismos de controle dos custos de acordo com a realidade de cada instituição, por exemplo, custeio por absorção, por departamentalização, custeio direto ou variável ou custeio baseado em atividades.
No custeio por absorção são utilizados todos os custos na produção de um bem ou serviço, sejam eles fixos ou variáveis, diretos ou indiretos. Nesse tipo de custeio, também se faz o rateio de outros gastos, como o aluguel do imóvel onde a produção está localizada e isso permite compor o custo unitário dos produtos.
Já no custeio por departamentalização, os custos são registrados por área, isso facilita a apropriação dos gastos referentes às partes da fabricação. No exemplo abaixo, conseguimos visualizar melhor como funciona (baseado em Martins (2001, p.67-70):
Uma empresa produz três produtos, (A, B e C) e para eles são alocados os seguintes custos diretos:
- Produto A: R$ 500.000
- Produto B: R$ 300.000
- Produto C: R$ 450.000
Total: R$ 1.250.000
Os custos indiretos são os seguintes:
- Depreciação de equipamentos: R$ 200.000
- Manutenção de equipamentos: R$ 350.000
- Energia elétrica: R$ 300.000
- Supervisão de Fábrica: R$ 100.000
- Outros custos indiretos: R$ 200.000
Total: R$ 1.150.000
Esses valores dos custos indiretos alocados a cada produto com e sem departamentalização:
Percebam que no rateio dos custos por departamentalização, mesmo que haja alguma distorção na forma de apropriação por hora-máquina, pela diferença, é possível perceber uma maior assertividade na apropriação dos custos.
O método do custeio direto ou variável, muito utilizado pelas empresas, considera os custos diretos como variáveis e os indiretos como fixos, sendo considerados despesas neste caso.
Como o custeio por absorção não estava atendendo às necessidades das empresas, visto que considera todos os custos independentes de serem fixos ou variáveis, o custeio variável veio para atender melhor essa necessidade de separação destes custos. Vale ressaltar que esse método não é aceito pela contabilidade e nem pelo fisco.
Outro bem conhecido, é o custeio baseado em atividades (ABC), este método tenta reduzir distorções no rateio dos custos indiretos. A diferença maior entre esse método e os demais, é que o rateio só é utilizado quando não houver condições de apropriação direta.
Quais os riscos de uma empresa que não faz essa gestão?
Seja qual for o método utilizado pela empresa, para se ter uma boa gestão de controle de gastos, visando também uma melhor produtividade e consequentemente uma melhor lucratividade, é impensável não ter uma gestão eficiente dos seus custos. Afinal, se trata da própria sobrevivência da empresa em um mercado muito competitivo.
Quando a empresa não faz esse controle adequadamente, ela perde a visão dos problemas acerca das despesas e custos. Isso faz com que a empresa perca dinheiro e deixe de investir em novos projetos que visam o crescimento.
Qual a importância dessa gestão para o trabalho do contador?
Sendo assim, por meio de conhecimento técnico juntamente com o conhecimento de gestão do negócio, a contabilidade pode ajudar muito nessa orientação de gerir os custos por meio de centros de resultados. Verificando assim, junto à empresa, o melhor método que se adequa à realidade da instituição.
E quanto ao trabalho do contador, as vantagens são várias tanto para ele quanto para o cliente. Pois, com informações organizadas e a gestão feita com responsabilidade, fica mais fácil para o contador enxergar pontos de melhoria e orientar o seu cliente a tomar as melhores decisões.
Lembrando que, todas as orientações dadas devem atentar para auxiliar os gestores em suas decisões gerenciais. Sabendo, portanto, que alguns métodos podem não atender à contabilidade/fisco, mas que não impede que seja utilizado internamente pela empresa.
Espero que este conteúdo tenha lhe ajudado a entender mais sobre centro de custo e a sua importância para o crescimento das empresas.
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