Quem administra um negócio sabe bem que o processo é caracterizado por inúmeras dificuldades e desafios. Além de saber como gerir a saúde financeira empresarial, é fundamental conhecer as melhores maneiras de como conseguir capital de giro. Afinal, trata-se de um recurso determinante para manter a operação do negócio em funcionamento.
Contudo, diante de todas as complicações que podem surgir ao mesmo tempo, o gestor fica tentado a ir pelo caminho mais fácil: recorrer aos empréstimos bancários. Longe de ser a melhor escolha, essa opção está muito ligada ao desconhecimento de outras alternativas.
Para você, contador, todo esse cenário se apresenta como mais uma excelente oportunidade de prestar uma consultoria contábil estratégica. Para isso, basta orientar seus clientes sobre as dicas que apresentaremos a seguir.
Como conseguir capital de giro sem fazer empréstimos
É importante que os empréstimos são sejam a primeira opção na hora de conseguir capital para a empresa. Por isso, separamos algumas alternativas mais interessantes que podem contribuir muito.
Antecipação de recebíveis
Essa é uma das maneiras mais utilizadas para liberar uma quantia maior de capital de giro para o negócio. No entanto, como qualquer ação recomendada aqui, o procedimento precisa ser efetuado de forma estratégica. Na base do desespero ou improviso, o resultado final pode ser frustrante.
Para que a antecipação de recebíveis realmente proporcione o efeito desejado, é importante verificar o volume que pode ser antecipado junto à operadora das vendas realizadas via cartão de crédito.
Concretizar o processo diretamente com a instituição financeira com a qual a empresa se relaciona não é, necessariamente, um negócio ruim. Na verdade, as taxas cobradas pelos bancos que oferecem o serviço costumam ser interessantes.
Porém, é importante que o gestor saiba que a oferta dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) tende a ser mais atrativa. Além de proporcionarem isenção de IOF, geralmente essas instituições finalizam as tratativas em menos tempo e mediante aplicação de taxas competitivas.
Reavaliação da estratégia de vendas
Vender a prazo ou à vista é uma dúvida quase que permanente para boa parte dos empresários. Nesse aspecto, é oportuno lembrar que o valor do dinheiro está sujeito a sofrer as mais variadas interferências ao longo do tempo.
De acordo com a pressão causada pelo aumento da inflação, a política adotada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) pende para o aumento da Selic. Por essas e outras razões, a parte do planejamento financeiro relativa às vendas a prazo exige alguns cuidados.
Nesse tipo de transação comercial, as empresas precisam incluir o risco de inadimplência dos clientes e o custo de capital na precificação. Dessa forma, é possível, ao menos, minimizar uma eventual desvalorização do montante a receber daqui a 10 meses, por exemplo.
Controle de estoque
Além de ocupar o espaço que poderia ser preenchido por outras mercadorias que apresentem mais saída, os produtos encalhados no estoque são um dos maiores vilões do comprometimento do capital de giro.
Por sinal, saber o que a empresa vende mais é essencial. A partir daí, é possível já se preparar adequadamente para as próximas reposições do estoque. Quanto maior a liquidez gerada, maior as chances de promover o crescimento do capital de giro de um jeito saudável e contínuo.
Quanto à mercadoria parada, ela também precisa de um gerenciamento apropriado. Para tanto, uma das opções consiste em aplicar descontos atrativos, voltados, de fato, à liquidação desses produtos.
Em alguns casos, também vale a pena sugerir esses itens a um preço menor como complemento da compra de outros produtos — desde que a aquisição faça sentido aos olhos do cliente.
Ainda com relação ao controle de estoque, é importante evitar que ele fique sobrecarregado. Isso se aplica, inclusive, aos produtos com maior giro. Mesmo que as vendas sejam boas, o gestor deve levar em conta o tempo necessário para que elas aconteçam.
A depender do modelo de negócio e do segmento de mercado da empresa, mercadorias estocadas a mais de 30 dias podem se transformar em uma dor de cabeça.
Renegociação com fornecedores
Um dos obstáculos de administrar as finanças de uma empresa está na dificuldade de equilibrar os compromissos firmados com os fornecedores. Caso haja atrasos das contas a receber ou aumento do índice de inadimplência, o pagamento dos parceiros de negócio fica prejudicado.
Como a própria atividade da organização está intimamente vinculada à qualidade dessa relação, nem precisamos dizer que esse tipo de adversidade coloca o futuro da empresa em risco. O que fazer nesses casos? Negociar.
Ao convidar seus melhores fornecedores para uma reunião e explicar a situação de modo transparente, a probabilidade de encontrar uma resolução favorável às partes é maior.
Assim como em outros momentos, cada caso é um caso. O ponto principal é dialogar e fechar renegociações de prazos para pagamento. Ao mesmo tempo, é crucial elaborar a lista de novos pedidos somente com insumos, matérias-primas ou produtos que sejam prioridade para o negócio.
Quanto maior o porte do fornecedor, maior sua condição de arcar com um período mais longo para receber. No entanto, a aceitação da proposta depende de diversos fatores, como a adição de juros.
O ponto a se observar é que a empresa deve fechar um acordo que ela, de fato, consiga honrar. Assim, ela mantém distância da possibilidade de ver a dívida se acumular ao longo dos próximos períodos e se converter em uma verdadeira bola de neve.
Revisão de custos e despesas
Na medida do possível, é igualmente vital mapear os processos até então realizados no decorrer da rotina operacional do negócio. Nesse aspecto, a solução passa pela identificação e eliminação de gargalos produtivos — tão onerosos ao caixa da empresa.
Simultaneamente, algumas reformas estruturais devem, se possível, serem reagendadas para outro momento. Tudo depende do atual estado do fluxo de caixa da organização, mas, de modo geral, a energia deve se concentrar nas atividades mais lucrativas do negócio.
Por fim, a adoção de um sistema de gestão financeira moderno e ágil também é determinante para otimizar a administração e projeção do fluxo de caixa. Além de automatizar tarefas repetitivas, esse tipo de ferramenta padroniza processos e contribui para o aumento da produtividade.
Aparente solução, o empréstimo bancário para fins de captação de recursos costuma, em um médio prazo, comprometer as finanças e, consequentemente, a existência da empresa. Com nossas dicas, demonstramos que existem algumas formas de como conseguir capital de giro de uma forma estratégica e efetiva.
E, então, pronto para se tornar o profissional que realmente potencializa a tomada de decisão dos seus clientes? Comente aqui embaixo para a gente!
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