O que é IVA? Entenda o Imposto sobre Valor Agregado

O que é IVA? Entenda o Imposto sobre Valor Agregado
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O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é um sistema que visa consolidar e simplificar a cobrança de impostos, proporcionando maior transparência e eficiência tributária.

Nesse sistema de IVA, diversos impostos podem ser incorporados, garantindo a unificação de tributos que tem como objetivo simplificar o processo de arrecadação e torná-lo mais acessível a todos os setores.

Embora a proposta de implementar o IVA no Brasil esteja em tramitação, já existem experiências internacionais bem-sucedidas. A adoção do IVA no Brasil traria mudanças significativas, reduzindo a possibilidade de bitributação e consolidando os diversos impostos em um único modelo. Atualmente esse modelo está previsto na Reforma Tributária.

Para entender melhor a respeito do Imposto sobre Valor Agregado, continue a leitura e saiba os principais pontos.

O que é IVA – Imposto sobre Valor Agregado?

O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é um sistema de consolidação de impostos que visa proporcionar maior transparência e simplificação tributária. No modelo do IVA, cada etapa da cadeia produtiva é responsável por pagar um imposto proporcional ao valor adicionado ao produto ou serviço.

No novo sistema de IVA previsto no projeto da Reforma Tributária brasileira, vários impostos podem ser incorporados, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS).

É importante destacar que nem todos esses tributos estão sob responsabilidade exclusiva do governo federal. Alguns são atualmente atribuídos aos estados e municípios. Para lidar com essa divisão de arrecadação entre os diferentes entes federativos, existem possibilidades, como a implementação de um IVA Dual. Nesse modelo, o governo federal seria responsável por um imposto único em sua esfera, enquanto estados e municípios compartilhariam outro imposto, relacionado aos seus tributos específicos.

Embora a proposta de implementar um Imposto sobre Valor Agregado no Brasil esteja atualmente em tramitação, a prática de unificar impostos já existe em diversos países, incluindo alguns da União Europeia. Além disso, países aqui próximos, como Argentina, Paraguai e Uruguai, já possuem seus próprios sistemas de IVA implementados.

Um ponto importante a destacar são as nomenclaturas que estão em discussão no Brasil. Pois apesar do conceito IVA servir de modelo para a Reforma Tributária, a proposta sugere que os impostos passem a ser chamados de:

  • IBS – Imposto sobre Bens e Serviços.
  • CBS – Contribuição Social sobre Bens e Serviços.

Quais mudanças o IVA pode trazer?

No Brasil, o novo modelo de impostos chamado Imposto sobre Valor Agregado (IVA) está em debate e promete trazer mudanças significativas para o sistema tributário do nosso país. A proposta busca unificar e simplificar a cobrança de impostos incidentes sobre a compra de bens e serviços, proporcionando maior transparência e eficiência na tributação.

Ao contrário do sistema atual, onde cada etapa da cadeia produtiva é tributada separadamente, no IVA, o imposto é calculado apenas com base no valor adicionado em cada fase da venda. Por exemplo, o produtor seria responsável pelo pagamento do IVA com base no preço total do seu produto, sendo o primeiro elo na cadeia. Já o atacadista, que recebeu o produto e o revendeu a um preço um pouco mais elevado, pagaria imposto somente sobre a diferença entre o valor de compra e venda.

Esse conceito de valor agregado está diretamente relacionado à tributação do preço praticado. É o que permite aos empresários estabelecer preços diferenciados em relação aos concorrentes, refletindo o valor adicional que cada etapa da cadeia produtiva agrega ao produto ou serviço.

Defensores dessa abordagem argumentam que o IVA reduzirá a possibilidade de bitributação, já que apenas o valor acrescido em cada etapa é tarifado. Isso resultará em um sistema mais justo e eficiente, evitando a duplicidade de impostos ao longo da cadeia produtiva.

Outra vantagem do IVA no Brasil, é a consolidação dos diversos impostos atualmente em vigor. Atualmente, existe uma extensa lista de impostos, com taxas variadas de acordo com o tipo e tamanho das empresas.

O IVA pretende unificar todos esses tributos em um modelo único, simplificando o processo de arrecadação e tornando-o mais acessível a todos os setores.

No entanto, a proposta enfrenta críticas e desafios. O Brasil possui atualmente diferentes regimes tributários para cada setor, além de inúmeras exceções às regras. A adoção de um modelo unificado levanta preocupações sobre a viabilidade e os impactos na sustentação dos negócios, uma vez que cada setor possui características e necessidades distintas.

Apesar dessas questões em aberto, o debate em torno do Imposto sobre Valor Agregado continua avançando, com a análise de experiências internacionais e a busca por um modelo adequado à realidade econômica e fiscal do Brasil. A implementação bem-sucedida do IVA poderia trazer uma importante transformação no sistema tributário brasileiro, simplificando processos e impulsionando o desenvolvimento econômico.

Qual alíquota de IVA pode ser cobrada no Brasil?

No cenário tributário brasileiro, a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) permanece indefinida, assim como outras importantes alterações em discussão.

Vale ressaltar que a proposta atual da Reforma Tributária contempla um plano gradual para a unificação das cobranças, iniciando com a substituição do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) por um novo imposto denominado Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), com uma alíquota sugerida de 12%.

No entanto, a proposta vai além, buscando implementar um sistema de cobrança baseado no valor agregado, conforme detalhado no site oficial do Ministério da Economia. Segundo a proposta, “com a adoção de um imposto sobre valor agregado, cada empresa será tributada somente pelo valor que ela agrega ao produto ou serviço”.

Dentro desse contexto, surgem debates acerca da possibilidade de estabelecer uma taxa de IVA diferenciada para produtos industrializados e para bens e serviços, uma vez que a transição do modelo atual para o novo sistema resultaria em uma maior disparidade na carga tributária para o setor de serviços.

Embora a aprovação final dependa de considerações políticas, diversos setores da sociedade estão envolvidos nos projetos em andamento. Durante o processo legislativo, já se observa uma atenção especial à realidade das micro e pequenas empresas, levando em conta suas necessidades e particularidades.

Como é calculado o IVA?

Ao abordarmos a questão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), torna-se evidente que sua incidência se dá em cada etapa da cadeia produtiva. Essa dinâmica fica mais clara quando analisamos o setor de bens, pois nele a sequência de valorização é mais bem definida.

Para exemplificar, vamos considerar o cenário em que um consumidor adquire um produto pelo valor de R$1.000,00. Com uma alíquota de IVA fixada em 12%, o montante correspondente ao imposto sobre o produto totalizaria R$120,00.

Tabela com Estilização
ETAPA PREÇO VENDA VALOR AGREGADO IVA 12%
Fábrica R$ 500 R$ 500 R$ 60
Atacadista R$ 750 R$ 250 R$ 30
Varejista R$ 1.000 R$ 250 R$ 30
IVA TOTAL R$ 120

Como será feito o pagamento do Imposto sobre Valor Agregado?

No contexto do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), cada elo da cadeia produtiva é responsável pelo pagamento do imposto com base no valor que agregou ao produto durante a venda. Essa abordagem resulta em uma tributação mais significativa para o primeiro produtor, pois o preço total de sua entrega é submetido à taxação, uma vez que ele é responsável por gerar o bem ou serviço para comercialização.

É por essa razão que especialistas críticos à proposta desse modelo na Reforma Tributária argumentam que as empresas de serviços serão prejudicadas, uma vez que sempre sofreram tributação sobre o valor integral de suas atividades.

Na cadeia produtiva da indústria, por exemplo, é relativamente mais simples identificar o valor adicionado em cada etapa de comercialização: a indústria fornece o produto com um determinado valor, o atacadista o repassa com outro valor e, por fim, o varejista o comercializa pelo preço final.

No entanto, na cadeia de serviços, muitas vezes não é possível distinguir claramente a transição de um valor contratado inicialmente para o valor final cobrado, e o serviço prestado acaba sendo tributado integralmente.

O IVA e a Reforma Tributária

A Reforma Tributária não é um assunto novo no Brasil. Mas nos últimos meses se tornou bastante comentada e discutida porque o projeto deu um passo muito importante no Congresso. Há 30 anos sendo discutida, porém não concretizada, a Reforma Tributária brasileira foi inicialmente aprovada na Câmara dos Deputados em 2023, mas ainda precisa passar pelo Senado e possivelmente voltará à Câmara para um novo pleito.

É bastante possível que o texto atual passe ainda por muitas discussões e ajustes. Afinal, como vimos no começo, nem a alíquota desses novos impostos estão totalmente definidas. Portanto, apesar de estar bem engatada nas casas legislativas, a Reforma Tributária ainda levará mais um tempinho para finalmente ser aprovada com o texto final.

Cabe aos profissionais de contabilidade, economia, direito e todo o empresariado, ficarem de olho daqui para frente e acompanhar todos os dias o que está acontecendo e sendo debatido em torno desse tema.

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