O 1º Relatório de Igualdade Salarial divulgado pelo Governo Federal no dia 25 de março trouxe à tona dados alarmantes sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres no setor privado.
Conforme os números revelados, as mulheres recebem em média 19,4% menos que os homens, um reflexo preocupante das desigualdades persistentes em nossa sociedade.
Mas qual será o papel do profissional da contabilidade nessa história e como ele pode contribuir para mudar essa realidade e garantir que a Lei da Igualdade Salarial seja cumprida?
É o que vamos descobrir neste artigo. Venha comigo e boa leitura!
O que revela o 1º Relatório da Lei de Igualdade Salarial?
O relatório analisou 49.587 estabelecimentos do setor privado com mais de 100 empregados, revelando que a diferença de remuneração entre homens e mulheres em cargos de dirigentes e gerentes chega a 25,2%.
Esses números são um lembrete contundente de que ainda há muito a ser feito para alcançar a igualdade de gênero no ambiente de trabalho.
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Desigualdade por raça e etnia
Além da disparidade de gênero, o relatório também destacou a desigualdade salarial entre mulheres negras e não negras.
Os dados revelaram que o salário médio das mulheres negras corresponde a apenas 66,7% do salário médio das mulheres não negras, evidenciando uma disparidade preocupante que precisa ser abordada com urgência.
Abaixo, veremos mais dados trazidos no relatório. Continue a leitura!
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Dados do relatório da Lei de Igualdade Salarial
Os principais dados trazidos no relatório da Lei de Igualdade Salarial são:
- O salário médio de contratação das mulheres negras corresponde a 82% da média, enquanto o de homens não negros é 19% superior à media.
- Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$3.040,89, o equivalente a 68% da média, a dos homens não negros é de R$5.718,40, 27,9% superior à média.
- As mulheres negras ganham 66,7% da remuneração das mulheres não negras.
- A remuneração média das mulheres equivale a 68% do valor médio, enquanto o salário dos homens não negros é 27,9% maior que o valor médio.
- O Distrito Federal e o estado de São Paulo apresentam os maiores salários de contratação médios (R$2.091,68 e R$2.012, respectivamente) e as maiores remunerações médias (R$6.045,01 e R$4.736,32, respectivamente).
- Apenas 32,6% das empresas que enviaram dados têm políticas de incentivo à contratação de mulheres. O número é ainda menor quando se consideram grupos chamados minoritários:
- Mulheres negras: 26,4%
- Mulheres LGBTQIAP+: 20,6%
- Mulheres chefes de família: 22,4%
- Mulheres vítimas de violência: 5,4%
- Também entre as empresas respondentes, apenas 38,3% declararam que adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência.
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Critérios remuneratórios e políticas empresariais
O relatório também analisou os critérios remuneratórios adotados pelas empresas, apontando que 51,6% delas adotam planos de carreiras ou de cargos e salários, levando em conta:
- Proatividade (81,6%)
- Capacidade de trabalhar em equipe (78,4%)
- Tempo de experiência (76,2%)
- Cumprimento de metas (60,9%)
- Disponibilidade de pessoas em ocupações específicas (28%)
- Horas extras (17,5%)
A importância do contador na garantia da igualdade salarial
O profissional de contabilidade desempenha um papel fundamental na garantia do cumprimento da Lei da Igualdade Salarial dentro de uma empresa.
Sua atuação vai além do simples registro de transações financeiras e elaboração de demonstrativos contábeis. Ele é um parceiro estratégico que pode contribuir significativamente para as políticas de igualdade de gênero no ambiente de trabalho.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais o profissional de contabilidade pode ajudar nesse processo:
- 1. Análise de dados salariais: o contador pode realizar análises detalhadas dos dados salariais da empresa, identificando discrepâncias de remuneração entre homens e mulheres em diferentes níveis hierárquicos e departamentos. Essa análise pode revelar padrões e tendências que precisam ser abordados para garantir a igualdade salarial.
- 2. Implementação de políticas salariais transparentes: com base na análise dos dados, o contador pode ajudar a empresa a desenvolver e implementar políticas salariais transparentes e equitativas. Isso pode incluir a criação de escalas salariais claras e objetivas, critérios de promoção baseados no mérito e revisões salariais regulares para garantir a equidade.
- 3. Monitoramento de conformidade legal: o profissional de contabilidade é responsável por garantir que a empresa esteja em conformidade com todas as leis trabalhistas e regulamentos relacionados à igualdade de gênero. Isso inclui o cumprimento das disposições da Lei da Igualdade Salarial, como a divulgação de informações salariais e a eliminação de disparidades injustas.
- 4. Aconselhamento estratégico: além de lidar com questões operacionais, o contador pode oferecer aconselhamento estratégico à empresa sobre como promover a igualdade de gênero no local de trabalho. Isso pode envolver a implementação de programas de capacitação e conscientização, a criação de políticas de licença parental equitativas e a promoção de uma cultura organizacional inclusiva.
- 5. Prevenção de multas e penalidades: ao garantir o cumprimento das leis de igualdade salarial, o contador ajuda a empresa a evitar multas e penalidades associadas ao descumprimento das regulamentações. Isso não apenas protege a reputação da empresa, mas também evita custos financeiros desnecessários.
Em resumo, o profissional de contabilidade desempenha um papel crucial na garantia do cumprimento da Lei da Igualdade Salarial, ajudando as empresas a promover a equidade de gênero, eliminar disparidades salariais e criar ambientes de trabalho mais justos e inclusivos.
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Desafios e questionamentos
Apesar dos esforços para promover a igualdade salarial, a Lei de Igualdade Salarial entre homens e mulheres tem sido alvo de questionamentos por parte de entidades empresariais.
Ações judiciais e críticas têm sido levantadas contra a legislação, destacando a necessidade de um debate mais amplo sobre o papel das empresas na promoção da igualdade de gênero.
O Relatório da Lei de Igualdade Salarial oferece insights valiosos sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres no setor privado.
Embora os dados sejam preocupantes, eles também representam uma oportunidade para promover mudanças significativas e implementar políticas mais eficazes para combater a desigualdade de gênero.
É fundamental que governos, empresas e sociedade civil trabalhem juntos, com o apoio essencial do contador, para garantir que todas as pessoas sejam tratadas com igualdade e justiça no local de trabalho.
Continue ligado no blog da Fortes Tecnologia para mais novidades sobre a Lei da Igualdade Salarial e seus impactos na sociedade brasileira. Até a próxima!
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