O que é holding: guia completo sobre como esse tipo de empresa funciona

Entenda o conceito de holding, seus principais tipos, vantagens, e como essa estrutura empresarial pode otimizar a gestão e o crescimento dos negócios.

O que é holding: guia completo sobre como esse tipo de empresa funciona
15 minutos de leitura

O que é uma holding? Se você está buscando entender melhor esse modelo de negócio e como ele pode beneficiar suas operações, chegou ao lugar certo. As holdings são estruturas empresariais cada vez mais utilizadas por empresas que desejam expandir suas atividades, mas é essencial conhecer tanto as vantagens quanto as desvantagens antes de adotar essa estratégia.

Neste artigo, vamos detalhar o que é holding, suas principais características, benefícios, e apresentar exemplos práticos de como essa estrutura é aplicada no mundo dos negócios.

Continue lendo e descubra como uma holding pode impulsionar o crescimento de uma empresa.

O que é holding?

Uma holding é uma empresa ou entidade que detém o controle acionário ou uma participação majoritária em outras empresas. Em essência, uma holding tem como objetivo central gerenciar e controlar essas empresas, orientando suas estratégias de gestão e investimentos para maximizar resultados.

As holdings são frequentemente utilizadas para consolidar operações, otimizar a estrutura tributária e facilitar a expansão empresarial.

Existem dois tipos principais de holdings: a pura e a mista.

1. Holding pura

A holding pura é uma empresa cujo propósito central é deter ações e exercer controle sobre outras empresas, sem se envolver diretamente nas atividades operacionais dessas entidades.

Essa estrutura é amplamente utilizada por investidores, famílias, ou grupos empresariais que buscam centralizar e consolidar o controle sobre diferentes negócios, otimizando a gestão financeira e estratégica.

Objetivos e estruturação

O principal objetivo de uma holding pura é administrar as participações em outras empresas, permitindo uma visão estratégica centralizada.

Por não se envolver nas operações diárias das empresas controladas, ela foca exclusivamente em decisões de alto nível, como planejamento estratégico, alocação de recursos, e políticas de crescimento e expansão.

Vantagens da holding pura

  • Centralização do controle: ao reunir as participações em diversas empresas sob uma única entidade, a holding pura permite uma gestão unificada, facilitando a tomada de decisões estratégicas e a aplicação de políticas consistentes em todas as empresas do grupo.
  • Gestão financeira otimizada: a holding pura oferece vantagens significativas na gestão financeira, como a possibilidade de distribuir lucros e dividendos entre as empresas controladas de forma mais eficiente, além de facilitar a obtenção de crédito e a captação de recursos.
  • Proteção patrimonial: para famílias empresariais, a holding pura é uma ferramenta eficaz para proteger e perpetuar o patrimônio, permitindo uma sucessão ordenada e minimizando conflitos entre herdeiros.

Exemplos práticos

  • Famílias empresariais: muitas famílias que controlam grandes conglomerados utilizam holdings puras para administrar suas participações. Por exemplo, uma família que possui várias empresas em diferentes setores (como imobiliário, agrícola e industrial) pode criar uma holding pura para centralizar e gerir essas participações, mantendo o controle sobre o patrimônio familiar sem se envolver diretamente nas operações de cada negócio. Aqui no Brasil podemos destacar a Itaúsa.
  • Grupos empresariais: grandes grupos corporativos também utilizam holdings puras para consolidar o controle sobre subsidiárias. Um exemplo disso é um grupo que controla várias empresas no setor de tecnologia. A holding pura facilita a gestão das participações, permite a coordenação de estratégias de inovação e expansão, e otimiza a estrutura fiscal do grupo. Nesse caso podemos mencionar a Meta, holding controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp.

Gestão Financeira na Holding Pura

A gestão financeira em uma holding pura é focada na alocação eficiente de recursos entre as empresas controladas. Isso inclui a redistribuição de lucros, a definição de políticas de investimento, e a maximização do retorno sobre o capital investido.

Além disso, a holding pura pode realizar operações financeiras, como a emissão de títulos ou a obtenção de financiamentos, com o objetivo de fortalecer a saúde financeira das empresas controladas.

2. Holding mista

A holding mista é uma estrutura empresarial onde a empresa, além de possuir participação acionária em outras empresas, também está diretamente envolvida nas operações e atividades dessas companhias. Diferente da holding pura, que se limita ao controle acionário, a holding mista exerce um papel ativo no gerenciamento operacional, promovendo a integração entre as empresas controladas e buscando sinergias estratégicas.

Estrutura e Objetivos da Holding Mista

A holding mista é frequentemente utilizada por empresas que desejam diversificar suas operações e maximizar as oportunidades de crescimento em diferentes setores. Ela pode possuir subsidiárias ou filiais que atuam em áreas diversas, desde manufatura até serviços, permitindo à holding explorar múltiplas frentes de negócios enquanto mantém o controle centralizado.

O objetivo principal de uma holding mista é obter sinergias entre as empresas controladas, como a otimização de processos, compartilhamento de recursos e conhecimentos, além da implementação de estratégias conjuntas que beneficiem o grupo como um todo. Essa integração pode resultar em maior eficiência operacional, redução de custos e aumento da competitividade no mercado.

Vantagens estratégicas da Holding Mista

  • Diversificação de negócios: uma das maiores vantagens da holding mista é a capacidade de diversificar seus investimentos e operações em diferentes setores. Essa diversificação reduz os riscos associados a um único segmento de mercado e permite à empresa capturar oportunidades em várias frentes.
  • Sinergia operacional: a holding mista facilita a criação de sinergias entre as empresas do grupo, como a integração de cadeias de suprimento, o desenvolvimento de projetos conjuntos e a adoção de práticas de gestão unificadas, que resultam em maior eficiência e inovação.
  • Centralização da gestão: embora atue diretamente nas operações, a holding mista ainda oferece a vantagem de centralizar a gestão e o controle estratégico das empresas, permitindo uma visão integrada e a aplicação de políticas consistentes em todas as áreas de atuação.
  • Benefícios fiscais e operacionais: a estrutura de uma holding mista pode proporcionar benefícios fiscais, como a compensação de prejuízos entre as empresas do grupo, além de facilitar processos de fusões e aquisições, ampliando o potencial de crescimento e expansão.

Exemplos práticos

  • Grupo empresarial diversificado: imagine uma holding mista que controla empresas em setores como agronegócio, tecnologia e serviços financeiros. Além de deter participações nessas empresas, a holding também se envolve diretamente em suas operações, promovendo iniciativas de inovação, integração de tecnologia e estratégias de expansão que beneficiam todas as empresas do grupo. Um exemplo desse tipo é a J&F, dona da JBS, Banco Original e Canal Rural.
  • Empresas familiares em crescimento: em empresas familiares que buscam crescer e diversificar suas operações, uma holding mista pode ser a solução ideal. Por exemplo, uma família que possui negócios em varejo e imóveis pode utilizar uma holding mista para gerir tanto as participações quanto as operações diárias, assegurando que os valores e estratégias familiares sejam aplicados em todas as áreas de atuação. Nesse caso um bom exemplo é a JHSF que possui várias empresas, porém todas focadas no setor imobiliário de alta renda.

Gestão financeira na Holding Mista

A gestão financeira de uma holding mista é complexa, pois envolve tanto a administração dos investimentos em outras empresas quanto a gestão direta das operações. Isso inclui a alocação de recursos entre as diferentes empresas do grupo, a análise de desempenho financeiro das operações, e a definição de estratégias de investimento que maximizem o retorno para os acionistas.

Além disso, ela pode realizar operações financeiras complexas, como a reestruturação de dívidas, a captação de novos financiamentos para expansão, e a gestão de caixa entre as diferentes empresas, assegurando que todas as áreas de atuação do grupo estejam financeiramente saudáveis e alinhadas com os objetivos estratégicos da holding.

Quais são os outros tipos de holding?

Além das holdings puras e mistas – que são as mais comuns – existem outros tipos de holdings que são estruturadas de acordo com os objetivos específicos e as necessidades estratégicas dos seus controladores.

Aqui estão alguns dos principais tipos de holdings além da pura e mista:

1. Holding patrimonial

A holding patrimonial é criada principalmente para administrar e proteger o patrimônio familiar ou de um grupo de investidores. Esse tipo de holding é usado para concentrar ativos como imóveis, ações, participações em empresas, e outros bens.

A holding patrimonial é uma ferramenta eficaz para o planejamento sucessório, ajudando a evitar conflitos entre herdeiros e facilitando a transferência ordenada de patrimônio entre gerações.

2. Holding familiar

A holding familiar é uma variante da holding patrimonial, mas com um foco ainda maior na gestão e proteção do patrimônio de uma família específica. Ela é utilizada para centralizar as decisões sobre os bens da família, permitindo uma administração mais eficiente e organizada.

A holding familiar também é útil para assegurar que o controle das empresas e ativos familiares permaneça dentro da família ao longo das gerações.

3. Holding de Participação (ou de controle)

A holding de participação é uma empresa cujo principal objetivo é deter participações acionárias significativas em outras empresas. Diferente da holding pura – que não se envolve nas operações das empresas controladas – e um pouco parecido com a mista, a holding de participação pode exercer uma influência ativa nas decisões estratégicas e de gestão dessas empresas.

Esse tipo é comum em grupos empresariais que desejam manter o controle sobre suas controladas enquanto exploram novas oportunidades de investimento.

Um exemplo são os fundos de investimento, que geralmente não participam das operações das empresas, mas costumam ocupar lugares nos conselhos administrativos, com direito a voto e poder de influência.

4. Holding de instituições financeiras

A holding de instituições financeiras é uma estrutura criada especificamente para controlar bancos, corretoras, seguradoras, e outras instituições financeiras. Esse tipo de holding é regulado de forma mais rigorosa devido à natureza do setor financeiro, e é utilizado para centralizar a gestão e o controle das operações financeiras, além de otimizar a alocação de capital e a gestão de riscos.

5. Holding vertical

A holding vertical controla empresas que atuam em diferentes estágios de uma cadeia produtiva ou de fornecimento. Por exemplo, ela pode controlar desde as empresas que fornecem matérias-primas até aquelas que distribuem os produtos finais.

Essa estrutura permite uma maior integração e coordenação entre as diferentes etapas da produção, resultando em maior eficiência e controle sobre a qualidade e os custos.

6. Holding horizontal

A holding horizontal controla empresas que operam no mesmo setor ou em setores similares, mas que não competem diretamente entre si. O seu objetivo é obter economias de escala, compartilhar recursos e tecnologias, e criar sinergias entre as empresas controladas.

Uma holding horizontal é particularmente útil em mercados onde a consolidação pode oferecer vantagens competitivas significativas.

7. Holding mista financeira

A holding mista financeira é uma combinação de holding mista com um enfoque específico no setor financeiro. Ela controla tanto empresas operacionais quanto instituições financeiras, permitindo uma gestão integrada de operações e investimentos financeiros.

Esse tipo de holding é comum em grandes conglomerados que operam em diversos setores, incluindo o financeiro. Os bancos, por exemplos, controlam outras empresas de cartão de crédito, adquirência, seguros, corretagem, consórcios, gestão de ativos, etc.

Diferença entre Holding e Family Office

Embora tanto a holding quanto o family office sejam estruturas frequentemente usadas para gerenciar patrimônio, suas funções, propósitos e operações são bastante distintas. Vamos explorar as principais diferenças entre essas duas estruturas.

  • Objetivo principal:
    • a holding visa controlar e gerenciar participações em empresas, focando no crescimento e eficiência operacional.
    • o family office é voltado à gestão completa do patrimônio familiar, incluindo investimentos, planejamento sucessório e serviços pessoais.
  • Atividades operacionais:
    • a holding pode participar ativamente nas operações das empresas que controla.
    • o family office se concentra na preservação e administração do patrimônio, sem envolvimento direto em operações empresariais.
  • Estrutura e tamanho:
    • holdings tendem a ser maiores, com uma estrutura corporativa robusta.
    • family offices variam em tamanho, oferecendo serviços personalizados de acordo com as necessidades da família.
  • Foco:
    • holdings buscam o crescimento e a maximização dos lucros das empresas controladas.
    • family offices focam na preservação do patrimônio ao longo das gerações.
  • Serviços oferecidos:
    • holdings se concentram na gestão de negócios e controle acionário.
    • family offices oferecem uma ampla gama de serviços, desde a gestão de investimentos até questões familiares e de estilo de vida.

De forma resumida, enquanto a holding controla as empresas e investimentos de uma família, o family office é responsável por fazer toda a gestão de patrimônio.

Um ponto importante é que não há patrimônio mínimo para criar uma holding. No entanto, um family office geralmente gerencia patrimônios superiores a 100 milhões de reais, pois torna-se necessário quando o patrimônio de uma família é tão grande que a administração individual se torna inviável.

Quais as vantagens de uma holding?

A criação de uma holding traz diversas vantagens estratégicas e operacionais para empresas e grupos empresariais, especialmente quando se busca otimizar a gestão de negócios, proteger o patrimônio, e maximizar o retorno sobre os investimentos.

A seguir estão algumas das principais vantagens:

  • centralização do controle e da gestão;
  • proteção patrimonial;
  • benefícios fiscais;
  • facilidade em fusões e aquisições;
  • diversificação de risco;
  • sinergia e eficiência operacional;
  • flexibilidade estrutural

Centralização do controle e da gestão

Uma das maiores vantagens de uma holding é a capacidade de centralizar o controle e a gestão de várias empresas sob uma única entidade. Isso permite uma visão integrada das operações e facilita a implementação de estratégias unificadas, resultando em uma gestão mais eficiente e coesa.

Com a centralização, as decisões estratégicas são tomadas de forma coordenada, alinhando os objetivos das empresas controladas e evitando redundâncias.

Proteção patrimonial

A holding pode ser uma ferramenta poderosa para a proteção do patrimônio dos acionistas. Ao transferir ativos para a holding, os proprietários podem blindar seus bens pessoais de eventuais riscos e responsabilidades das operações empresariais.

Além disso, em contextos familiares, a holding facilita o planejamento sucessório, permitindo que o patrimônio seja transmitido de forma organizada e segura para as próximas gerações.

Benefícios fiscais

Dependendo da jurisdição e da forma como a holding é estruturada, ela pode proporcionar significativos benefícios fiscais. A holding pode, por exemplo, facilitar a compensação de prejuízos entre as empresas do grupo, otimizar a distribuição de lucros e dividendos, e reduzir a carga tributária global do conglomerado.

Esses benefícios fiscais são um dos principais atrativos para a criação de holdings.

Facilidade em fusões e aquisições

Holdings são frequentemente utilizadas para facilitar processos de fusões e aquisições. Ao centralizar o controle acionário, a holding pode simplificar as negociações e a integração de novas empresas ao grupo.

Isso torna a holding uma estrutura ágil e adaptável, ideal para empresas que buscam expandir suas operações rapidamente através da aquisição de outras empresas.

Diversificação de risco

Uma holding permite a diversificação de riscos ao investir em diferentes setores e mercados. Ao controlar várias empresas em setores distintos, ela pode equilibrar o impacto de eventuais crises em um setor específico, garantindo maior estabilidade financeira para o grupo como um todo.

Essa diversificação é crucial para a mitigação de riscos e a proteção do investimento dos acionistas.

Sinergia e eficiência operacional

Uma holding facilita a criação de sinergias entre as empresas do grupo, como a integração de cadeias de suprimento, o compartilhamento de tecnologias, e a aplicação de boas práticas de gestão.

Essa sinergia resulta em maior eficiência operacional, redução de custos e aumento da competitividade. Ao coordenar as operações de várias empresas, a companhia pode explorar essas sinergias para gerar valor adicional para o grupo.

Flexibilidade estrutural

As holdings oferecem flexibilidade estrutural, permitindo que as empresas controladas operem de maneira independente em termos operacionais, mas sob uma estratégia comum definida por elas.

Isso possibilita que cada empresa dentro do grupo se adapte às condições específicas de seu mercado, ao mesmo tempo em que segue a visão estratégica global da controladora.

Quais as desvantagens de uma holding

Embora as holdings ofereçam diversas vantagens estratégicas, é crucial estar ciente das possíveis desvantagens e desafios associados a essa estrutura empresarial. Abaixo, detalhamos alguns dos principais pontos que devem ser considerados antes de optar pela criação de uma holding:

  • complexidade e custos administrativos;
  • controle diluído;
  • riscos financeiros e operacionais;
  • restrições regulatórias e legais;
  • desafios de comunicação e alinhamento.

Complexidade e custos administrativos

A gestão de uma holding pode ser significativamente mais complexa em comparação a uma empresa tradicional. As holdings envolvem a administração de múltiplas subsidiárias, o que requer uma estrutura administrativa robusta e eficiente.

Isso pode gerar custos adicionais com contabilidade, compliance, auditorias, e outras demandas burocráticas. Sem uma boa gestão, esses custos administrativos podem se acumular rapidamente, reduzindo a eficiência financeira da holding.

Controle diluído

Em uma holding, especialmente quando há múltiplos acionistas ou investidores, o controle sobre as decisões empresariais pode ser diluído. Isso pode resultar em conflitos de interesse entre os acionistas, dificultando a tomada de decisões estratégicas.

Além disso, a necessidade de coordenar interesses diversos pode levar a um processo de decisão mais lento, impactando a agilidade da empresa.

Riscos financeiros e operacionais

A criação de uma holding também pode aumentar os riscos financeiros e operacionais. Caso uma das empresas controladas enfrente dificuldades financeiras, isso pode afetar negativamente toda a estrutura do grupo.

Além disso, a interdependência entre as empresas do grupo pode exacerbar os impactos de problemas operacionais em uma das subsidiárias, colocando em risco a saúde financeira da holding como um todo.

A Itaúsa por exemplo, tem a maior parte do seu capital investido no Banco Itaú. Caso o banco sofra algum problema grave, comprometeria muito a eficiência da holding.

Restrições regulatórias e legais

As holdings estão sujeitas a uma série de regulamentações e obrigações legais que podem variar significativamente de acordo com a jurisdição. Essas restrições podem incluir exigências específicas de transparência, conformidade fiscal, e regras de governança corporativa.

Manter a conformidade com essas regulamentações pode ser oneroso e complexo, exigindo acompanhamento constante das leis e normas aplicáveis.

Desafios de comunicação e alinhamento

Gerir uma holding que controla diversas empresas pode apresentar desafios significativos em termos de comunicação e alinhamento estratégico. A distância geográfica ou cultural entre as empresas controladas pode dificultar a manutenção de uma visão e estratégia unificadas.

Isso pode resultar em falta de coesão nas operações do grupo, impactando negativamente o desempenho geral.

Consulte especialistas

É essencial considerar essas desvantagens ao avaliar a criação de uma holding. Cada situação empresarial é única, e os benefícios potenciais de uma holding devem ser cuidadosamente ponderados em relação aos desafios e riscos envolvidos.

Por isso, consultar especialistas em finanças, direito empresarial e gestão é altamente recomendado para garantir que a decisão de criar uma holding seja bem fundamentada e alinhada aos objetivos estratégicos da empresa.

Entre esses profissionais, um que merece destaque é o contador.

A importância da contabilidade para as holdings

As holdings, que frequentemente controlam diversas subsidiárias e empresas afiliadas, desempenham um papel fundamental na otimização financeira e no gerenciamento de riscos dentro de um grupo empresarial. No entanto, um componente essencial que muitas vezes é subestimado nessa equação é a contabilidade.

A relação entre uma holding empresarial e a contabilidade é uma parceria simbiótica que não apenas molda o presente, mas também define o futuro dessas organizações complexas e multifacetadas.

A seguir, destacamos quatro pontos cruciais que evidenciam a importância da contabilidade para as holdings:

Consolidação de demonstrações financeiras

Uma das principais responsabilidades contábeis de uma holding é a consolidação das demonstrações financeiras de todas as suas subsidiárias. Essa tarefa é complexa e exige precisão, pois envolve a agregação de dados financeiros de várias empresas, cada uma com suas próprias particularidades operacionais e contábeis.

A contabilidade eficaz permite à holding ter uma visão clara e integrada de seu desempenho financeiro, essencial para a tomada de decisões estratégicas.

Planejamento tributário e fiscal

A contabilidade desempenha um papel crucial no planejamento tributário e fiscal das holdings. Uma estrutura contábil bem organizada permite que a holding otimize sua carga tributária, aproveitando benefícios fiscais e evitando a dupla tributação.

Além disso, uma contabilidade rigorosa garante que a holding esteja em conformidade com todas as regulamentações fiscais aplicáveis, minimizando o risco de penalidades e autuações fiscais.

Gestão de fluxo de caixa e alocação de recursos

A gestão eficiente do fluxo de caixa é vital para qualquer holding, especialmente aquelas com múltiplas subsidiárias que podem ter diferentes necessidades de capital. A contabilidade fornece as ferramentas necessárias para monitorar o fluxo de caixa, identificar gargalos financeiros, e tomar decisões informadas sobre a alocação de recursos.

Isso assegura que cada empresa controlada tenha os recursos necessários para operar de forma eficiente e sustentável.

Transparência e governança corporativa

Em uma holding, a transparência financeira e a governança corporativa são fundamentais para manter a confiança dos investidores, acionistas e demais stakeholders.

A contabilidade rigorosa contribui para essa transparência, garantindo que todas as transações e operações financeiras sejam registradas e reportadas de forma precisa e em conformidade com as normas contábeis e regulatórias. Isso fortalece a governança da holding e apoia a sua reputação no mercado.

Em síntese, a relação entre uma holding empresarial e a contabilidade é uma colaboração estratégica que sustenta a base financeira, guia as decisões-chave e molda a trajetória de crescimento.

A contabilidade não é apenas um mero requisito, mas sim uma ferramenta valiosa que capacita as holdings a prosperar em um ambiente empresarial complexo e em constante mudança. É uma parceria que ressalta a importância da precisão, transparência e inteligência financeira em todos os níveis da organização empresarial.

Exemplos de holdings no Brasil

No Brasil contamos com diversos exemplos de holdings, desde as puras até as mistas. Algumas delas são:

1. J&F Investimentos

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A J&F Investimentos é um exemplo de holding patrimonial, controlada pela família Batista. Ela gerencia um portfólio diversificado de empresas, incluindo a JBS (uma das maiores processadoras de carne do mundo) e outras empresas em setores como financeiro e de energia.

Ela serve para centralizar e proteger o patrimônio da família Batista, além de facilitar o planejamento sucessório.

2. Votorantim S.A.

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A Votorantim S.A. é uma holding controlada pela família Ermírio de Moraes e administra um portfólio diversificado de negócios em setores como cimento, metais, celulose, suco de laranja, energia, e financeiro.

A holding foi criada para centralizar o controle das diversas empresas do grupo, garantindo a continuidade da gestão familiar e facilitando o planejamento sucessório.

A Votorantim é um exemplo clássico de como uma holding familiar pode ser utilizada para preservar e expandir um conglomerado ao longo de gerações, mantendo a visão e os valores da família no comando das operações.

3. Itaúsa

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A Itaúsa é uma das maiores holdings de participação no Brasil, controlando participações em empresas como Itaú Unibanco, Duratex, Alpargatas e NTS.

A Itaúsa tem um papel ativo na gestão estratégica das empresas sob seu controle, influenciando diretamente suas decisões e orientando o crescimento e expansão dos negócios.

Hoje, a holding Itaúsa está entre as 10 empresas mais valiosas do Brasil.

4. Banco do Brasil S.A.

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Banco do Brasil S.A. atua como uma holding de instituições financeiras, controlando diversas subsidiárias que operam em setores como seguros, previdência, capitalização, e gestão de ativos.

A sua estrutura permite ao Banco do Brasil centralizar o controle e otimizar a gestão de suas operações financeiras, oferecendo uma ampla gama de serviços ao mercado.

5. Braskem S.A.

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Braskem S.A. é um exemplo de holding vertical no setor petroquímico. A empresa controla toda a cadeia produtiva, desde a produção de matérias-primas como eteno e propeno até a fabricação de produtos petroquímicos finais.

Essa estrutura verticalizada permite à Braskem otimizar a produção, reduzir custos e assegurar a qualidade em todas as etapas da cadeia de valor.

6. Ultrapar Participações S.A.

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A Ultrapar Participações S.A. é uma holding horizontal que controla empresas em setores relacionados, mas não concorrentes diretos.

Ela detém participações em empresas como a Ipiranga (distribuição de combustíveis), Oxiteno (químicos), Ultragaz (GLP) e Ultracargo (logística). Essa estrutura permite à Ultrapar criar sinergias e aproveitar economias de escala entre as empresas controladas.

7. BTG Pactual

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O BTG Pactual é um exemplo de holding mista financeira. Ele controla tanto operações financeiras, como banco de investimentos e gestão de ativos, quanto investimentos em setores variados, incluindo infraestrutura e tecnologia.

Essa estrutura permite ao BTG Pactual integrar suas operações financeiras com investimentos estratégicos, criando um portfólio diversificado e gerando valor para seus acionistas.

Como vimos ao longo deste artigo, ao saber o que é holding e optar por esse modelo de negócios, os empreendedores podem desfrutar de benefícios como a economia de escala, a redução de riscos, a facilitação de fusões e aquisições, além de possíveis vantagens fiscais.

No entanto, é importante estar ciente das complexidades administrativas e dos desafios de comunicação e alinhamento que podem surgir nessa estrutura empresarial.

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