A diferença entre lucro líquido e faturamento é algo que precisa estar na cabeça dos empreendedores, principalmente os que estão começando.
Você sabe qual é a definição de lucro líquido? E o conceito de faturamento? Muitos empreendedores confundem esses dois termos e, por causa dessa falta de clareza, a saúde financeira do negócio pode ficar seriamente comprometida.
Há empresários que não entendem o motivo pelo qual faturam muito, mas, no final do mês, sobra pouquíssimo dinheiro livre, por exemplo. Se você também tem esse tipo de dúvida, confira este post, no qual apresento a diferença entre lucro e faturamento.
O que é o faturamento?
O faturamento de uma empresa é o resultado da soma de todas as vendas que ela realizou — tanto de produtos quanto de serviços — em um determinado período. Portanto, no fluxo de caixa da empresa, o faturamento constitui grande parte das entradas de dinheiro.
Por exemplo:
Digamos que uma locadora de veículos vendeu dez diárias ao preço de R$ 100,00 cada, e portanto, faturou nessa negociação a quantidade de R$ 1.000,00.
Como você pode perceber, o faturamento está ligado à quantidade e ao preço para o consumidor, seja ele final ou intermediário.
A importância do faturamento
Se levarmos ao pé da letra, o faturamento sozinho não oferece muita informação sobre o desempenho de uma empresa no mercado. Afinal, mesmo com um faturamento milionário, um empreendimento pode estar com a saúde financeira ruim e até mesmo ter prejuízo.
É bem verdade que, apesar disso, o faturamento não deixa de ter importância, já que ele pode demonstrar a capacidade de produção de uma empresa, a participação dela no mercado, além de ser levado em conta na base de cálculo do pagamento de tributos e no tipo de regime tributário.
O que é o lucro líquido?
O conceito de lucro líquido é de extrema importância para o empreendedor, seja ele iniciante ou não, afinal, todo negócio tem como objetivo gerar lucro, não é mesmo?
Para calcular o lucro líquido é bem simples, basta subtrair das receitas totais (entradas) os gastos totais (saídas).
Lucro Líquido = Receitas Totais (-) Gastos Totais
Por exemplo:
Vamos dizer que a receita total de uma empresa em um mês foi de R$ 10 mil, enquanto todos os gastos somaram R$ 6,5 mil no período, o lucro líquido foi de R$ 3,5 mil.
Vale lembrar que os custos totais incluem os todos os custos fixos custos variáveis ligados à produção propriamente dita da mercadoria ou da execução do serviço, como mão de obra e matéria-prima, além das despesas administrativas como eventual aluguel, conta de telefone, salários dos funcionários do escritório, etc.
É claro que na prática, o lucro não pode ser qualquer número, concorda? Afinal, via de regra, os empreendedores têm expectativas de percentuais mínimos de lucro. Sabe por quê? Devido ao que chamamos de “custo de oportunidade”.
Por exemplo:
Se o retorno sobre o investimento (ROI) da empresa em um ano é de 10% e se uma aplicação financeira oferece um rendimento de 15% no mesmo período, o empresário poderia se questionar se o lucro do negócio estaria ou não dentro das expectativas dele, concorda?
No exemplo acima, ao optar pela empresa, o custo de oportunidade do empreendedor seria de 5 pontos percentuais de rentabilidade sobre o capital investido.
É claro que esse tipo de análise deve ser feita de forma contextualizada, pois, nos anos iniciais, é comum as empresas darem menos resultados e, com o tempo, aumentarem o retorno.
Entendendo o “ponto de equilíbrio empresarial”
O ponto de equilíbrio empresarial está diretamente ligado ao faturamento e ao lucro.
Esse ponto representa a quantidade mínima de serviços que uma empresa deve prestar e faturar para igualar as receitas às despesas.
De modo simplificado, digamos que uma empresa tem um gasto total de R$ 10 mil por mês e vende um único tipo de serviço por R$ 100,00 cada, significa que ela terá que prestar 100 vezes esse trabalho para cobrir os gastos e, assim, chegar ao “zero a zero”.
Então, só depois do alcance desse ponto de equilíbrio, pelo qual a empresa consegue se manter no mercado, é que começará a aparecer o lucro. Neste exemplo, seria a partir do 101º serviço prestado.
Lembra que lá no início mencionei que o faturamento sozinho pode não dizer muito sobre o desempenho da empresa? Então, no caso ilustrativo anterior, o estabelecimento pode faturar os R$ 10 mil mensais durante um ano inteiro e, no final das contas, ficar no zero a zero.
Se essa situação continuar ao longo do tempo, a saúde financeira da empresa pode ficar prejudicada pela falta do lucro, pois precisamos considerar o impacto da inflação, a depreciação das instalações e dos equipamentos, a necessidade de renovação tecnológica, os aumentos salariais etc.
Como aumentar o lucro líquido?
Na gestão de uma empresa, existem algumas formas de aumentar a lucratividade, que é o ganho em percentual obtido com as vendas realizadas e que pode ser calculada com divisão do lucro líquido pela receita bruta multiplicada por 100.
1. Elevar a margem de lucro
Por exemplo, uma das formas de aumentar a lucratividade é elevar a margem de lucro (em porcentagem) sobre determinado produto ou serviço. Porém, isso nem sempre é fácil, já que dependerá de outros fatores, como concorrência, percepção de valor pelo seu cliente, etc.
2. Elevar o faturamento
Outra maneira de aumentar a lucratividade sem subir o preço é elevar o faturamento total da empresa.
Na prática, o estabelecimento teria que prestar mais serviços para faturar mais. Por exemplo:
Um escritório de advocacia que tem capacidade de fazer 10 atendimentos em um único dia, mas faz normalmente 8, caso consiga aumentar esse número para 9, conseguirá elevar o faturamento e o lucro. Fazendo isso, essa medida representaria um acréscimo no valor absoluto do lucro líquido e, eventualmente, também na porcentagem, caso os custos permaneçam constantes.
3. Corte de gastos
Mais uma maneira de aumentar o lucro é cortando gastos, que deve ser feito com cuidado, para que a qualidade dos serviços não caia e, consequentemente, haja diminuição das vendas.
Nesse sentido, o uso de novas tecnologias que venham a agilizar tarefas pode reduzir custos, aumentar a produtividade e até elevar a qualidade.
As finanças pessoais e empresariais
Muitos empresários iniciantes, no primeiro lucro que a empresa dá, tendem a retirar o retorno do caixa da empresa para adquirir algum bem pessoal.
Essa prática pode, sem dúvidas, minar as finanças do negócio e levá-lo à falência. Por isso, é fundamental que o empreendedor tenha um “salário” incluído nas despesas da empresa ou um pró-labore, se houver sócios.
Seja qual for a situação, jamais deve ser retirado dinheiro do caixa do negócio para pagamento de despesas dos proprietários. Além disso, é interessante destinar parte do lucro líquido para reaplicação no capital da empresa para que ela possa aumentar o capital de giro ou a capacidade de investimento e se desenvolver de forma mais sólida.
Agora que você já sabe a diferença entre a definição de faturamento e o conceito de lucro e manterá o caixa do seu negócio sempre no verde, aproveite para aprender sobre o controle das finanças, lendo esse conteúdo: 7 dicas de como fazer o controle financeiro com eficácia.
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Até mais!