Um conceito relativamente recente, que tem como proposta entender a atual conjuntura e revolucionar a forma com que gestores e líderes atuam dentro das empresas. Esse novo modelo mental vem ganhando cada vez mais espaço no mundo corporativo.
Estamos falando sobre Management 3.0 – definição pensada pelo Holandês Jurgen Appelo, que fala mais detalhadamente sobre o assunto em seu livro, Management 3.0 – Agile Developers, Developing Agile Leaders.
Hoje, vou falar sobre a importância do Management 3.0 na gestão das equipes, como aplicar esse novo conceito e o que fazer para ser um gestor 3.0.
Como aplicar o conceito de Management 3.0?
Sabemos que a função de liderança traz consigo muitos desafios. Dentre eles, está a gestão com base em resultados e processos otimizados. Esses pilares vem do conceito Ágil e tem ajudado os líderes a acelerar e aprimorar o
desenvolvimento de softwares.
A ideia é utilizar esses conceitos, antes aplicado apenas nas áreas de Desenvolvimento e TI, para líderes que querem repensar sua forma de gerir equipes e energizar pessoas, empoderar times, alinhar questões importantes e principalmente, desenvolver competências em busca do crescimento organizacional.
Em síntese, uma das principais mudanças dessa proposta apresentada pelo Management 3.0 é a forma de atuação do gestor, onde o líder atua de forma efetiva entendendo as competências essenciais para cada projeto ou função, analisa as competências que seu time apresenta e atua como facilitador desse desenvolvimento, deixando de atuar apenas como o indivíduo que exerce o “poder hierárquico” de cobrança e acompanhamento a distância.
Um novo perfil de líder
O maior desafio é entender que o produto que se trabalha é completamente mutável – o colaborador- e não existe exatidão sobre os resultados. Mas a ideia é oferecer estímulos e colher resultados surpreendentes.
Uma série de mudanças podem ser percebidas com esse novo modelo de gestão. Antes, o gestor criava regras e caminhos para que a equipe pudesse seguir e atingir os resultados. Com o Management 3.0, o gestor precisará repensar ferramentas que provoquem em seus colaboradores motivos para que se inspirem a trabalhar e atingir os resultados desejados.
Claro que é bem mais desafiador e exigirá desse novo perfil de líder mais esforço, análise e principalmente, tempo para conhecer sua equipe.
Trabalhando a motivação com a gestão 3.0
A partir do momento que esse gestor 3.0 passa a conhecer sua equipe, as ações implementadas terão um impacto também nas questões que são fatores motivacionais. Claro que entendemos que a motivação esta mais relacionado
a fatores intrínsecos (aspectos internos) do que extrínsecos (questões externas).
É fato que algumas organizações ainda querem acreditar que se motivam as pessoas da mesma forma ou com o mesmo conjunto de benefícios, todavia o que vemos são ações de “tiro curto”, mas não duráveis, pois o nosso produto, como falei anteriormente é completamente mutável.
Trabalhando o clima organizacional
O mais importante é saber que não motivamos as pessoas, mas podemos gerar equipes saudáveis e um clima organizacional bom de conviver. Esse é um ponto importante para gerar em seus liderados condições que propiciem essa automotivação. Quer saber mais sobre esse assunto? Indico o conteúdo Pesquisa de clima: 7 dicas práticas para aplicar e definir estratégias transformadoras.
Claro que caberá aos gestores trabalhar com essa complexidade e estarem sempre atentos a querer buscar uma forma de conectar o ambiente da empresa com a forma na qual o colaborador se sinta motivado.
Na Gestão 3.0, a pessoa tem a oportunidade de usufruir de um ambiente estruturado em transparência e colaboração, com líderes dispostos a assumir a responsabilidade sobre suas decisões, bem como, a preocupação desse líder em desenvolver um perfil multidisciplinar de atuação em sua equipe.
Cabe ressaltar que não se trata de uma metodologia ou um modelo mágico que se implanta em um dia e no outro já se colhe os resultados, com uma equipe unida e motivada, mas trata-se de um novo modelo mental onde o líder é muito mais do que uma pessoa que cobra resultados, ele passa a ser papel atuante na estratégia.
3 conceitos que você deve seguir se quiser ser um Gestor 3.0
Elenquei alguns pontos importantes para observamos se quisermos ser, de fato, um Gestor 3.0.
1. Seu recurso é mutável
Não é fácil. Pode acreditar no que eu estou te falando, eu também tenho esse desafio diário que é propiciar motivação e engajamento nas pessoas.
Precisamos olhar para os resultados e fazer com que sua equipe responda a esses estímulos. Você pode sim ser próximo de sua equipe e cobrar os resultados que precisam ser entregues.
Isso não quer dizer que você tem que ser um gestor “bonzinho” que é conivente e passa a mão na cabeça quando há um erro. Gerencio uma equipe relativamente grande e os que trabalham comigo sabem que o nosso lema é competência e excelência.
Certa vez um de nossos colaboradores havia diminuído bastante o seu rendimento, o chamamos para conversar e entender a circunstância que o envolvia. Alinhamos expectativas e reconhecemos as vitórias que ele ia obtendo, esse colaborador passou a apresentar um desempenho incrível.
Não existem milagres e nem resultados rápidos na gestão de pessoas, o que precisa existir é um olhar atento e um trabalho intenso de acompanhamento de sua equipe.
2. Ser claro na atuação: sua fala deve ser igual a sua prática
É importante que sua equipe veja que seu discurso é igual a sua prática no dia a dia. Ter objetivos claros e devidamente alcançáveis faz toda a diferença nessa gestão. Fazer as pessoas escolherem e se sentirem parte da solução é um caminho importante para obter grandes resultados.
A sua equipe precisa confiar no líder que vem dando liberdade para que eles questionem e errem. E se errar, aprenda a se perceber e a corrigir suas falhas.
Entender as gerações que fazem parte de sua equipe. Estamos vivendo em um momento onde nossas equipes são compostas por várias gerações e com várias necessidades e expectativas.
Cada uma delas possui competências diferentes uma das outras, mas que se bem trabalhadas podem ser complementares. Esse artigo você consegue entender melhor como lidar com cada geração, 7 dicas para lidar com múltiplas gerações na gestão de pessoas.
3. Todo gestor é um educador
Costumo dizer que o processo de educar envolve repetição e paciência. Entender as necessidades de cada colaborador e criar um ambiente onde as pessoas queiram crescer e serem melhores é o nosso desafio diário.
Entender que esse processo é continuo e repetitivo é o primeiro passo para atingir o que se espera, a mudança de comportamento e a conquista dos resultados.
Como falei anteriormente, não existe mágica nem uma receita infalível para ser um líder comprometido com resultados e desenvolvimento de sua equipe. Você precisará se envolver mais e entender as necessidades de cada um de seus colaboradores. Parece ser simples, mas confesso é um esforço que traz resultados.