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Expectativas para a saúde ocupacional em 2020: o que dizem os especialistas?

4 minutos de leitura

Neste artigo você vai conferir quais são as tendências e como a área deve se comportar no ano que se aproxima.

Saúde ocupacional é um assunto sério. É ela que trata das condições de saúde dos colaboradores de qualquer empresa, seja qual for seu porte ou segmento para que eles tenham as condições físicas, mentais e emocionais ideais para desempenhar seu trabalho.

Porém, será que a área será afetada pela reforma trabalhista? O que fazer quando os colaboradores não utilizam os equipamentos de segurança recebidos? O que esperar para 2020?

A saúde ocupacional na visão dos especialistas

Para tirar todas essas dúvidas, nós conversamos com a Dr.ª Regina Sabatier e o Eng. Ricardo Silva, ambos funcionários do Grupo BMPC, empresa com mais de 25 anos de experiência em saúde ocupacional e segurança do trabalho. Confira o que eles responderam!

1. A reforma trabalhista deve afetar a saúde ocupacional nas empresas? Por que?

Sim. Provavelmente, isso acontecerá em duas diferentes frentes.

A primeira delas diz respeito à simplificação do cumprimento das obrigatoriedades das empresas perante os órgãos responsáveis, além do entendimento daquilo que é exigido e na eliminação de duplicidades ou legislações conflitantes, o que pode prejudicar diretamente a assertividade das estratégias.

Já a segunda está relacionada à maneira que a equipe de SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) é constituída, a qual deve ficar dentro das dependências da empresa para proporcionar boas condições de trabalho aos profissionais.

Essa equipe “passará a ser necessária, pois existe a oportunidade de flexibilização e adequação, tanto dos profissionais exigidos quanto da carga horária solicitada”, afirma Ricardo.

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2. Algumas empresas até se preocupam com a questão dos equipamentos de segurança, mas os funcionários não usam como deveriam. Qual o segredo para resolver este problema?

O primeiro ponto é a conscientização dos funcionários sobre os impactos à sua saúde e à segurança no trabalho, o que deve ser seguido do acompanhamento real de sua utilização durante o desempenho de suas atividades.

Quando eles são formalmente treinados e informados sobre o uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), assim como da maneira com que isso se relaciona à sua saúde e aos riscos de acidentes trazidos pela falta dos mesmos, os funcionários não podem alegar desconhecimento ou se eximir da responsabilidade.

Empresas que fazem um bom controle de entrega e utilização do EPI, orientam os colaboradores na primeira vez que deixam de utilizá-lo e possuem procedimentos bem estabelecidos para as próximas vezes que forem pegos sem os equipamentos.

Além disso, a sequência de tais procedimentos, como advertências, suspensões e até um possível desligamento do profissional da equipe (em casos em que a situação for recorrente) demonstrará que são adotadas políticas sérias, firmes e inflexíveis para o assunto.

“Ou o funcionário se adapta às regras e procedimentos da empresa ou infelizmente ele não se enquadra na equipe”, conclui Drª Regina.

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3. A saúde corporativa pode ser uma alternativa para colaboradores que querem trazer seus familiares para se tratar em ambulatórios das empresas. Isso pode ser uma tendência de saúde para os próximos anos? Por que?

Quando as empresas possuem equipe médica e de enfermagem fixas em seus ambulatórios, a oportunidade pode ser interessante, pois avalia a saúde do funcionário de maneira integral, não apenas em relação ao físico e organizacional, como também no emocional e psicossocial.

Ao saber de todos os aspectos que compõem e interferem na vida do trabalhador, é possível encontrar a melhor conduta para seu acompanhamento ou tratamento, o que muitas vezes pode inserir não apenas o próprio colaborador como também sua família.

4. Para concluir, quais são as expectativas para o setor em 2020?

Drª Regina e Ricardo são unânimes em dizer que o segmento será desburocratizado, com mais efetividade no cumprimento das ações de prevenção a acidentes e doenças ocupacionais.

Ambos também afirmam que aumentará o investimento em melhorias para redução do quadro existente hoje no país, como alto índice de afastamentos e de acidentes no trabalho.

O Ministério da Previdência Social (MPS) levantou dados a respeito do número de acidentes de trabalho no Brasil, que foram os seguintes nos respectivos anos:

  • 2011: 720.629 acidentes
  • 2012: 713.984 acidentes
  • 2013: 717.911 acidentes
  • 2014: 712.302 acidentes
  • 2015: 622.379 acidentes
  • 2016: 585.626 acidentes
  • 2017: 549.405 acidentes

Isso significa que, em um prazo de 7 anos, foram 4,622 milhões de acidentes, que correspondem a uma média de mais de 1.800 acidentes por dia e 75 acidentes por hora, número que chama a atenção, mas felizmente mostra uma queda, em especial a partir de 2015.

Tanto a Draª Regina quanto o Ricardo, dizem que as expectativas citadas corroborarão para ambientes de trabalho mais seguros em todo o Brasil. Isso sem abrir mão da desburocratização tão importante para que até as companhias de menor porte e poder aquisitivo ofereçam condições adequadas para sua equipe e, assim, também ganhem em termos de produtividade, eficiência e rentabilidade a curto, médio e longo prazo.

Espero que tenha gostado do conteúdo sobre saúde ocupacional. Se tiver ficado alguma dúvida, é só deixar aqui nos comentários que iremos responder. Até mais!

Conteúdo produzido por: Leonardo Ponso

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