A transformação digital dentro dos escritórios contábeis está caminhando em um ritmo acelerado. Cada vez conheço mais empresas utilizando softwares para otimização de tempo, inteligência artificial para automação de processos, big data para análise de dados e técnicas de relacionamento com o cliente, para melhorar a experiência e diminuir a taxa de churn.
No entanto, ainda existe uma grande parcela de contadores que já estão cientes da necessidade de inovações na contabilidade, mas ainda não sabem como implementá-las em seus escritórios, correndo o risco de ficarem para trás. Se este é também o seu caso, acompanhe o meu texto até o final e conheça como o contador 2.0 deve se portar diante deste cenário de transformações.
O que aconteceu com a Sega, Kodak, Blockbuster ou Blackberry?
Se de um lado temos o cenário de sucesso do Uber, AirBnB, BlaBlacar ou Pinterest, do outro temos empresas que atuam há anos no mercado, e acabaram ficando para trás por não iniciarem rapidamente a transformação digital.
Kodak
Durante a maior parte do século 20, a companhia foi uma gigante no mercado de filmes fotográficos, chegando a dominar 90% desse mercado nos Estados Unidos na década de 70. A Kodak fazia sucesso, mas os seus líderes acharam que a câmera digital iria prejudicar a venda de filmes e engavetaram a tecnologia.
Blockbuster
As locadoras de vídeo também assistiram a sua queda com o surgimento dos meios de download, planos de TV a cabo e serviços de streaming, que levaram ao declínio do aluguel de DVDs e Blu-rays. A falência da Blockbuster significou a perda de milhões de dólares. Ciente da ameaça dos meios digitais, a empresa poderia ter usado a sua marca forte para se reformular, lançar um concorrente ao Netflix, e levar seus clientes para um serviço digital, mas infelizmente isso não aconteceu.
Blackberry
Mais uma grande empresa que faliu recentemente foi a Blackberry. A marca ignorou as tecnologias que o iPhone estava desenvolvendo, como o touch-screen e julgou que a empresa nunca seria capaz de se tornar o standard corporativo por não conseguir lidar com a segurança a nível de e-mail empresarial.
E o contador 2.0, como vê a inovação na contabilidade?
Jim Boomer, CEO da Boomer Consulting, num artigo intitulado “Você sente a dor?” (Do You Feel the Pain?, título original em Inglês) alerta que, na atualidade, ainda existem muitos líderes de empresas de contabilidade com a mesma mentalidade dos executivos da Kodak. O que quer dizer que muitos contadores não olham para a inovação como tendências na contabilidade.
O cenário é preocupante, uma vez que as transformações tecnológicas são rápidas e constantes, e o contador 2.0 precisa estar atento para não ser ultrapassado por concorrentes globais.
Contabilidade digital
A tecnologia na contabilidade tem mudado a forma de trabalhar de todos os profissionais contábeis e certamente você já sentiu isso no seu dia-a-dia. A adoção da nuvem como plataforma tem promovido uma revolução tecnológica neste mercado, valorizando o profissional cada vez mais essencial no cotidiano das empresas.
Novos modelos de negócios, mercados globalizados e clientes mais exigentes são pontos de atenção para empresas contábeis e criam um futuro de grandes desafios, mas também de muitas possibilidades.
A inovação na contabilidade trouxe modernidade na geração e o envio de informações tributárias, legais e trabalhistas por meio digital. SPED e E-Social são exemplos de projetos que evidenciam a importância do contador se desenvolver e buscar automação de processos, conexão com clientes, novos modelos de negócio e até mesmo uso de tecnologias inovadoras como: computação cognitiva, cloud computing, inteligência artificial e big data.
Como ser um inovador contábil?
Como vimos, as inovações aperfeiçoam os diferentes processos que fazem parte da rotina de um escritório contábil. Sem uma aposta clara em inovação na contabilidade, as empresas correm o risco de perderem competitividade.
Algumas empresas conseguem adaptar-se a novas realidades, implementando aos poucos, o uso de novas tecnologias e novos procedimentos no seu funcionamento. Outras, devido a decisões menos acertadas, ficam para trás, perdendo os fatores distintos, que em tempos as fizeram ser competitivas.
A Kodak levou 35 anos para chegar a falência, pois perdeu a chance de inovar quando teve a oportunidade de lançar as câmeras digitais no mercado. Quanto tempo mais você acha que os escritórios que não apostam em tecnologia na contabilidade irão aguentar?
Quer ver o post no site do Roberto Dias Duarte, confira aqui.