Parece divino quando ouvimos de alguém que a função de uma pessoa é de “chefia ou gestão” ou que “imprime bem o papel do líder” .
Nossa imaginação rapidamente nos faz ter a percepção de que aquela pessoa é “o líder”, exercendo um papel influenciador e motivador de seus liderados.
Em alguns casos, isso com certeza é real. Porém, em outros, a realidade prática é bem diferente. Entenda neste artigo o real papel do líder e como desenvolver em seus colaboradores!
As pessoas se desligam dos gestores e não das empresas
Quem nunca teve vontade de pedir demissão por causa de um gestor ruim que atire a primeira pedra! O tema “motivação”, atualmente muito enfatizado no meio organizacional, tem sido buscado e estimulado por vários meios e organizações, pois se percebeu que o combustível para produtividade, engajamento e baixo turnover tem relação direta com isso.
O que acontece, em muitas realidades, é que as pessoas não se desligam de instituições, do nome da empresa ou do espaço físico. Elas se desligam, primeiramente, de um clima organizacional instável e de gestores ineficazes em seu papel.
O papel do líder nas organizações tem sido cada vez mais desafiador, pois já não há mais espaço para a figura do “chefe” temido e inatingível.
Esse papel cerceava a geração anterior, quando o autoritarismo passava a dar lugar ao papel de um facilitador das relações de trabalho, fazendo com que esse líder seja mais um gestor de pessoas.
Mas como o papel do líder pode gerar motivação nas pessoas?
A pergunta parece ser difícil de responder, mas começo com uma quebra de paradigma sobre o líder que não consegue gerar motivação em seus liderados. Vou te explicar melhor com três pontos importantes:
- O gestor é um ser humano igual a você e eu, portanto também tem falhas;
- O que acontece, muitas vezes em algumas empresas, é promover alguém bom tecnicamente para o cargo de liderança, mas sem nenhum preparo ou análise de perfil comportamental desse indivíduo e das pessoas que ele precisa liderar;
- Existe uma pressão enorme sobre os cargos de liderança por entrega de resultados e, claro, pela responsabilidade da sua equipe. Assim podemos concluir que um líder que não está preparado e motivado, não conseguirá também motivar a sua equipe.
A importância da motivação no papel do líder
Vou te explicar um pouco sobre a fisiologia da motivação para que possamos, depois, pensar nas estratégias. Várias pesquisas atestam que a motivação é a mola propulsora para mudanças de atitude. A motivação já seria o resultado final de todos os estímulos que podemos propiciar para as pessoas.
De acordo com o Departamento de Psicologia e Neurociência da Universidade de Duke, Escola de Medicina da Washington University School e a Universidade de Michigan, a “ATITUDE” é a gênesis de tudo, a vontade de fazer as coisas acontecerem, faz toda diferença para superar obstáculos e mudar todo o contexto de crise ou caos.
Fisiologia da Motivação
O cérebro motivado pelos estímulos certos faz com que o córtex pré-frontal e o orbitofrontal sejam ativados , aumentando os circuitos cerebrais e seus estímulos perceptíveis do indivíduo.
Chefe x Líder
Por vários anos, o que mais conhecíamos era o papel de “chefe” e pouco se ouvia falar na expressão “líder”. Sua funções parecem ser as mesmas, mas suas habilidades não. Por isso, desenvolver a liderança é, além de importante, necessária.
Exemplo real entre chefe e líder
Esse tema me fez lembrar de uma visita a um cliente onde tínhamos que nos reunir com a gestora do setor. Assim que cheguei a empresa, fui recebida por uma das colaboradoras daquela gestora. Ela foi educada e me pediu para aguardar. De repente, uma voz mais alta rompeu o silêncio daquela sala e estrondou com uma frase: “- Pronto, chefa! Os consultores já chegaram!”
Até aí, nada demais se não fosse a sequência de ações que foram percebidas ao longo daquela reunião.
A colaboradora era sempre interpelada por sua gestora que, durante toda a reunião, insinuava ser responsabilidade apenas da colaboradora os prazos que não foram cumpridos.
A necessidade de demonstrar sua hierarquia ficava nitidamente naquele lugar em cada fala que emitia e em cada ordem dada aos seus subordinados.
Percebi que ali faltava comunicação, feedbacks e conscientização da liderança, de forma mais ampla, da gestora para com seus colaboradores. Guardei aquilo, pois não podia me intrometer naquele momento, mas abordei, posteriormente, a gestora para que pudesse dar mais voz aos seus colaboradores e trabalhar com uma gestão mais inclusiva.
3 dicas realizadas pelos bons líderes
1) Seja um líder engajado com a equipe
Sabe o que faz a diferença entre ser um chefe ou líder? O líder prepara a equipe e não tem medo de lhes dá autonomia na execução das atividades. Isso é tão importante, pois permite que o colaborador seja desafiado em suas possibilidades e faz com que, ao concluir de forma satisfatória, ele se auto motive pelo desafio vencido.
Ainda dentro dessa perspectiva, é preciso saber que o seu liderado vai errar e que o erro faz parte do processo de crescimento e amadurecimento profissional. Se faz sempre importante analisar o que ocasionou a falha e juntos encontrar soluções para que ele aprenda e consiga resolver sozinho em outras situações.
Nunca ache que só você faz melhor e, por isso, você tem que fazer por ele, além de não o ajudar a se desenvolver, você ainda irá somatizar mais demandas que poderiam ser delegadas.
2) Conhecimento que gera segurança
Já tive a oportunidade de ter em minha carreira a influência de vários tipos de líderes, mas os que mais inspiraram foram aqueles que souberam fazer e falar com propriedade.
Essa característica pode ser repassada para sua equipe por meio de vivência assistida, sentar do lado dele e muni-lo de todas as informações e propiciar treinamentos para capacitação na tomada de decisão.
3) Tudo o que fizer faça com propósito
Existem tarefas rotineiras que muitas vezes podem se tornar maçantes. Por isso é necessário ter um propósito para elas, entender o real valor por trás de fazer o que se está fazendo.
Muitas metas pessoais, por exemplo, são realizadas por meio do trabalho. Por esse motivo, a tarefa realizada pode ter mais valor ainda se analisada de forma mais abrangente além das metas coletivas e profissionais.
O grande desafio é substituir o Recursos Humanos (RH) pela Gestão de Pessoas, separando inclusive o Departamento Pessoal (DP). Muitas empresas têm um DP disfarçado de RH. Assim, o ser humano continua sendo apenas um número e uma despesa na folha de pagamento.
Seja um líder que influencia os seus liderados!
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